Minha Rua Fala

MINHA RUA FALA 12400

MINHA RUA FALA – RORAIMA 33 ANOS

(1988 – 2021)

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Em 1988 o até então Território Federal, passou a ser o Estado de Roraima, graças à aprovação pela Assembleia Nacional Constituinte, da proposta que transformou os territórios federais de Roraima e Amapá em estados da federação. Assim, em 5 de outubro do mesmo ano, ocorreu a promulgação da Carta Magna e, em obediência ao Art. 14 das Disposições Constitucionais Transitórias, esses territórios passaram a nível de Estado. Nesse contexto, Roraima iniciou uma nova fase de desenvolvimento, assegurando-se dos repasses do governo federal.

O processo de crescimento urbano em Roraima é acentuadamente diferente da urbanização do restante da Amazônia brasileira.

Essa distinção origina-se de um conjunto específico de fatores econômicos e políticos únicos na história da região. O crescimento populacional não surgiu da mobilização de excedentes econômicos em Roraima, mas devido o contexto de uma fronteira geopolítica, no qual o processo de ocupação humana foi alterado com somatório abrupto de imigrantes vindos da Venezuela e do Haiti.

Esta imigração não tão silenciosa fez crescer os problemas já existentes nas áreas da segurança pública, falta de emprego, de habitação e de saúde para todos.

Segundo a estimativa populacional de 2021, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente a população de Roraima é de 652.713 habitantes.

O crescimento vertiginoso populacional é inversamente proporcional às oportunidades gerenciais para se promover o desenvolvimento equitativo entre as diversas classes sociais, a maioria desprovida de qualificação profissional individual.

As medidas governamentais para minimizar o problema do repentino inchaço populacional, são paliativas diante do caos instalado. Optou-se como alternativa, a interiorização dos imigrantes para outros estados. No entanto, estas ações governamentais podem ser consideradas mínimas para o real número de imigrantes em busca de oportunidade de emprego e de recomeço de uma nova vida.

Os governos federal, estadual e municipal fazem o máximo para amenizar pelo menos o mínimo, os problemas da imigração desenfreada. Ainda assim, se busca novas alternativas.

O foco dos investimentos do governo estadual está voltado às áreas do agronegócio e agropecuária para viabilizar a sustentação econômica do estado. Neste prisma, cresceu o volume de exportação dos principais produtos produzidos no estado, com destaque ao arroz, soja e milho.

Tome-se como exemplo, o mês de maio deste ano de 2021. Roraima exportou mais de US$ 21 milhões (de dólares) em mercadorias para outros estados e para países.

A exportação está ligada a gêneros alimentícios: linguiças e salsichas (US$ 4.490.138), margarina (US$ 3.798.326), óleo de soja (US$ 3.438.750), farinhas (US$ 1.762.522), arroz (US$ 1.653.582), bolachas e biscolitos (US$ 1.000.707) e outros (US$ 5.744.212). A Venezuela é o país que mais importa produtos de Roraima. A proximidade com o país vizinho influenciou positivamente no saldo da balança comercial em junho de 2021, que obteve um aumento de 91,97%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), que demonstram que em junho de 2021, o volume de exportação de Roraima foi de US$ 17,8 milhões para a Venezuela.

Ainda falando em números, para se ter uma ideia melhor do crescimento econômico de Roraima neste ano de 2021(no período de janeiro a maio), foram abertas 3004 novas empresas de pequeno porte, que geram emprego, renda e impostos.

Quando o setor público vai bem, a iniciativa privada colhe os frutos. Quase 50% do PIB (Produto Interno Bruto) de Roraima vêm da administração pública. Então o que o Estado paga de salários aos seus servidores é injetado diretamente na economia. E tendo uma boa gerencia desses recursos (salários e compromissos do governo pagos em dia) dá uma confiança maior para o empresário.

A adoção de medidas de incentivo e atração de novas empresas para Roraima, bem como o grande volume de obras executadas pelo Governo durante o ano, foram os responsáveis pelo incremento na geração de novos postos de trabalho. A construção civil foi a área que mais gerou novos empregos no Estado.

E, para os meses finais deste ano de 2021, está prevista a revitalização do Distrito Industrial, o que vai atrair a vinda de novas empresas para Roraima, o que significa dizer é que novas empresas geram mais empregos, mais impostos arrecadados  e contribuição de melhoria em todos os níveis socioeconômico do Estado.

E, o que esperar para 2022? Maior crescimento econômico para o Estado, motivado pela seguridade de nova fonte de produção de energia elétrica, que é um dos fatores primordiais para o desenvolvimento de qualquer economia governamental.

No dia 29 de setembro deste ano de 2021, o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro veio oficialmente a Boa Vista para inaugurar a Usina Termelétrica Jaguatirica II, que está sendo construída pela empresa Eneva, especializada em geração de energia elétrica à base de gás natural.

Esta Usina se situa na direção Norte, indo pela BR-174, instalada depois da Pedra Pintada, na região próxima ao Bom Intento.

Em solenidade, na manhã do dia 29, em uma área coberta próxima à Usina, o Presidente da República Jair Bolsonaro, acompanhado pelo Governador de Roraima Antonio Denarium (Antonio Oliverio Garcia de Almeida), e mais o Governador do Estado do Amazonas, Wilson Miranda Lima, também pelo ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque, acionaram, de forma simbólica (já que está ainda em fase de testes) a primeira turbina da usina Jaguatirica II. A previsão da total operacionalidade da Usina é para dezembro deste ano.

Para gerar energia, a usina receberá o gás natural que será produzido no Campo de Azulão, no município de Silves (no Amazonas). O gás passará pelo processo de tratamento, liquefação, armazenamento e será transportado até Manaus. E, de Manaus virá para Boa Vista, transportado por carretas adaptadas com tanques criogênicos (transportam Gás natural líquido a baixa temperatura) até a Usina Termelétrica Jaguatirica II, na região do Bom Intento, em Boa Vista. Esta Usina produzirá
141 MW (megawatt, unidade de potência de geração elétrica).

Ainda assim, espera-se a efetiva instalação das Torres (postes) da linha de transmissão de Energia Elétrica vinda de Tucuruí (no Pará), passando por Manaus, até chegar à Boa Vista. O único entrave, pelo menos por enquanto, é a concretização do acordo entre o governo federal e a representação dos indígenas da Reserva Waimiri-Atroari, situada próxima da BR-174/SUL, por onde deverão passar as Torres de transmissão de Energia elétrica para Boa Vista.

O governo federal havia mencionado de que as lideranças indígenas tinham concordado com o projeto apresentado, mas horas depois desta declaração, a representação jurídica dos Waimiri-Atroari acionou o Ministério Público Federal (MPF) contra o início das obras do Linhão de Tucuruí. Eles querem “Compensação”, pelos possíveis impactos ambientais que as Torres (que passam ao lado da BR-174/Sul e outra parte pelas matas da reserva) possam causar.

Este problema se arrasta há anos. De um lado, o governo federal pretende iniciar as obras do Linhão de Tucuruí que permitirá que Roraima passe a receber energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), já que o estado é o único no país que não está integrado a este Sistema.

Por outro lado, a representação dos Wamiris-Atroaris impõe novas reivindicações à cada tentativa do governo em realizar esta vultosa obra com 715 quilômetros da linha de transmissão de energia elétrica, de Manaus à Boa Vista.

Mas, afora este entrave, Roraima pode comemorar com novas conquistas. O governador Antonio Denarium sancionou a lei estadual referente à redução do ICMS do gás de cozinha, barateando assim o preço do produto ao consumidor.

E, o Presidente Jair Bolsonaro, em sua visita oficial a Boa Vista no dia 29 de setembro, anunciou a transferência de 12 glebas de terras da União para Roraima, passando para 24 glebas (porção de terras que antes não havia sido desmembrada sob a vigência da Lei n° 6.766/79). Agora, o Estado de Roraima dispõe de 1.913.052,9125 hectares regularizados.

Já é um bom começo para o final do ano.

Roraima – 33 anos (05/10/1988 – 05/10/2021), em pleno desenvolvimento.