Parabólica

MPRR apura as razoes sobre a demolicao do predio da antiga Secretaria Estadual de Educacao 10392

Bom dia,

Hoje é terça-feira (23.06). A Organização Mundial da Saúde (OMS) braço da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou um relatório, ontem, segunda-feira (22.06) para amedrontar os países que não seguem à risca suas recomendações de isolamento social total. Segundo a predição do órgão, que é muito mais político do que técnico, se houver uma nova onda de proliferação da Covid-19, o mundo vai ter de conviver por várias décadas com os efeitos perversos da pandemia. Não tem base científica essa predição, é muito mais uma tentativa de fazer continuar paradas as atividades econômicas, especialmente em países mais pobres, onde as pessoas não têm renda acumulada para gastar. Não adianta mais, a população em todos os países já decidiu sair de casa; voltar às ruas e logradouros públicos, independente da vontade dos governantes.

E essa decisão de voltar a circular e trabalhar é alimentada tanto pela direita quanto pela esquerda. Basta ver os movimentos antirracistas, induzidos pela esquerda estadunidense, ou pela direita daquele país, cujo líder maior, o presidente Donald Trump, reiniciou a campanha eleitoral fazendo comícios que atraem milhares de simpatizantes reunidos em ambientes fechados. E aqui no Brasil? Os domingos estão sendo marcados por manifestações populares de direita (que pedem ditadura e apoiam o presidente Jair Bolsonaro), e, também pela esquerda, que leva milhares de pessoas às ruas para pedir o impeachment dele. Neste sentido, contestar o isolamento social exigido pela OMS não é mais território exclusivo da esquerda ou da direita.

Além dos puxadores por razões ideológicas, o povo está voltando para as ruas porque o estômago já não aguenta, e como era previsível os governos não teriam capacidade de transferir a renda compensatória por um tempo mais prolongado. Assim, as pessoas estão convencidas que precisam de fazer desobediência civil para saciar a própria fome e de seus familiares.  E nesse sentido é melhor uma reação nesse rumo, do que acumular insatisfação com os governos, em todos os níveis, que desague em movimentos violentos contra a ordem estabelecida. E será que não é esse rumo de desacreditar os Estados nacionais, que sonha a OMS, que busca o tal do governo mundial?

Embora os efeitos perversos da pandemia não perdurem por décadas como quer a OMS, o certo é que algumas lições deixadas pelo seu enfrentamento devem ser motivo de reflexão; e ação, para os governos e para a sociedade. Em termos de Brasil, este espaço seria insuficiente para comentar todos, mas, pelo menos alguns são mais evidentes e indiscutíveis. Dentre estes, sem dúvida, a questão da desigualdade social e a imensa concentração da renda nacional nas mãos de uns poucos privilegiados mostrou que elas são insustentáveis, não só do ponto de vista moral, mas igualmente por razões econômicas e sociais. Os políticos brasileiros precisam se convencer dessa verdade. Ignorá-las, é cegueira política, e um caminho para fazer o Brasil continuar no atoleiro em que está metido.

BOA IDEIA

Se a boa fé e intenção do secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Administração e Ações Estratégicas (Segad), Leocádio Vasconcelos, não forem atropeladas pelos oportunistas de plantão que sempre aproveitam todas as oportunidades para tirar vantagens do dinheiro e do patrimônio público; a proposta de vender alguns imóveis do patrimônio imobiliário do governo estadual, e com os recursos apurados recuperar aqueles que são essenciais, é uma boa ideia. O importante é que os leilões de venda sejam feitos com isenção e nos momentos mais propícios do mercado, com toda transparência e divulgação. Não pode virar uma ação entre amigos. Será um escândalo, se isso acontecer.

APURAÇÃO

Por falar no patrimônio imobiliário do governo estadual, o Diário Oficial da Justiça, de 22.06.20, publicou ato do promotor de Justiça, Zedequias de Oliveira Júnior, 2º Titular da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (PJMA), da Comarca de Boa Vista, que determinou a instauração de Procedimento Preparatório para apurar as razões e a legalidade da demolição do prédio da antiga Secretaria Estadual de Educação, na Praça do Centro Cívico. O imóvel era tombado pelo Patrimônio Histórico estadual e esta prática de demolir prédios históricos tem virado moda em Boa Vista. Felizmente, aparece alguém preocupado com estes crimes contra nossa história.       

ECOS

Os fatos já passaram, mas, seguramente a dor dos familiares não. Redes sociais divulgam desde ontem, uma carta-desabafo da viúva do auditor-fiscal da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), Jose Carlos Gonçalves da Costa (Zé Carlos). Ela narra com sofrimento e indignação das 52 horas de terror, e dor, que passou no Hospital Geral de Roraima (HGR), tentando salvar a vida do marido, que lutava contra a morte por conta da Covid-19. Da leitura desta carta-desabafo não é possível escapar da indignação contra os responsáveis que deixaram a situação chegar a este ponto, onde um mesmo respirador era retirado de um paciente quase em coma, para ser colocado em outro na mesma situação. O auditor fiscal não resistiu a tanto descaso e irresponsabilidade.