Política

Defensoria anula eleição e novo pleito é anunciado para dezembro

Argumento é que, com rejeição do nome que recebeu 76,31% dos votos, os dois candidatos não atingiram sequer 40% para que tenham legitimidade

Atendendo a um pedido da maioria dos defensores públicos, o defensor público-geral Stélio Dener decidiu anular a eleição para a composição da lista tríplice para escolha do defensor público-geral para o biênio 2015-2017. A decisão ocorreu após a segunda rejeição do nome de Carlos Fabrício Ratacheski na Assembleia Legislativa, na manhã de terça-feira, 14.

Em entrevista à Folha, Dener explicou que 31 dos 39 defensores atualmente em atividade o procuraram solicitando a anulação da eleição com o argumento de que o segundo e o terceiro colocados na lista tríplice não teriam atingido nem 40% dos votos. Na votação, realizada em setembro deste ano, Carlos Fabrício Ratacheski obteve 29 votos (76,31%), Terezinha Muniz 15 votos (39,47%) e Ernesto Halt 13 votos (34,21%).

“Então, pelo princípio da representatividade, em que uma pessoa só governa outras se tiver mais de 50% dos votos, decidi anular a votação e realizar uma nova eleição”, disse, informando que a decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico de ontem, 14.

Assim, segundo ele, devolveu-se aos membros da Defensoria Pública a possibilidade de compor, mediante nova eleição geral, a nova Lista Tríplice para escolha do defensor público-geral, “tornando mais legítima a sua assunção e representatividade”.

De acordo com Dener, hoje deve ser publicado o edital de convocação de sessão extraordinária do Conselho Superior da Defensoria Pública, marcada para 29 de outubro, para definir o edital da nova eleição. “Nessa sessão, será dado o pontapé inicial de todo o processo novamente, com prazo de inscrição e data de eleição”, explicou.

A previsão é que a nova eleição seja realizada em dezembro, antes do final do mandato de Dener. “Meu mandato encerra no dia 19 de dezembro. Vou fazer de tudo para que a eleição ocorra antes dessa data. Quero, até esse dia, encaminhar a nova lista tríplice à governadora, obedecendo ao critério da representatividade e com os três candidatos com mais de 50% dos votos”, disse.

Questionado se o defensor público Carlos Fabrício Ratacheski pode disputar a eleição, Stélio Dener afirmou que sim. “Ele pode concorrer, mas não sei se ele vai. É uma decisão pessoal”, frisou.

Sobre a rejeição de Ratacheski pela segunda vez, pelos deputados estaduais, o defensor público-geral disse que respeita a decisão da Assembleia Legislativa.

“Mas o que a gente tem que verificar são a questão da autonomia da Defensoria Pública e a vontade institucional dos defensores em relação a seu representante”, comentou.

“A gente não questiona a decisão política. O que a gente quer é que os poderes cumpram a Constituição como a gente está fazendo. Queremos respeito à autonomia da Defensoria Pública e da ampla maioria dos defensores públicos em querer ser regido por uma pessoa que tem condições”, acrescentou. (V.V)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.