Opiniao 15 03 2018 5817

Instabilidade energética em Roraima e interesses escusos – Flamarion Portela*

A população de Roraima vem sofrendo constantemente com a instabilidade energética. As quedas de energia têm sido cada vez mais constantes, causando transtornos e prejuízos para todos. Só no último final de semana, tivemos vários apagões em Boa Vista e em municípios do Interior. Nos últimos quatro anos já foram mais de 100 apagões.

Como todos sabem, dependemos quase que exclusivamente da energia trazida da Venezuela, da hidrelétrica de Guri, que foi uma iniciativa louvável do ex-governador Neudo Campos. Porém, não podemos depender pra sempre dessa energia venezuelana.

Roraima é o único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A saída para o nosso Estado é a construção do Linhão de Tucuruí entre o Amazonas e Roraima, garantindo energia confiável para nossa gente.

Porém, todo esse imbróglio em torno do Linhão de Tucuruí tem o dedo do sobrenatural senador Romero Jucá (MDB), que faz tudo para atrapalhar as negociações, objetivando a liberação da obra. Por que será?

Reportagem da revista Veja, de novembro do ano passado (https://veja.abril.com.br/economia/luz-a-preco-de-ouro-na-terra-de-juca/), mostrou que existem interesses escusos que envolvem a venda de energia por termelétricas em Roraima, que, de acordo com a própria matéria, tem fortes ligações com o senador Jucá.

Roraima conta com quatro termelétricas, com capacidade de geração de 220 Megawatts. De acordo com a Eletrobras, o consumo de energia em Roraima gira em torno de 180 Megawatts. O estranho é que três delas são controladas pela empresa Oliveira Energia Geração e Serviços LTDA., com sede em Manaus e, que segundo a reportagem da Veja foi beneficiada graças à intervenção de Jucá.

Em reportagem veiculada aqui mesmo no jornal Folha de Boa Vista foi revelado pelo Sindicato dos Urbanitários de Roraima que a Boa Vista Energia S.A. paga somente para uma empresa proprietária de uma termelétrica local, cerca de R$ 26 milhões todos os meses. E esse dinheiro é pago mesmo que a empresa não forneça energia, apenas por garantia em caso de interrupção do fornecimento da energia de Guri.

E os prejuízos? A quem recorrer? Ele atinge todos os segmentos da indústria, do comércio, do serviço, da educação, da saúde, etc. A perda material tem atingido a todos sem distinção. Do comércio/indústria ao cidadão em seus lares. São máquinas e equipamentos (geladeira, ventilador, ar-condicionado, motores industriais…), além das horas ociosas ocasionadas pela falta de energia, mas o empregado tem e deve receber sua remuneração.

Chega! Não aguentamos mais tanto desrespeito. O suor do homem é sagrado.

*Ex-governador de Roraima

LUZES E SOMBRAS – Vera Sábio*

Quando se está perdendo a visão, o que anos atrás foi o meu caso, passa a ver sombras que não existem; ou fica menor a nitidez das luzes. É fácil fazer esta comparação, ao imaginar uma enorme máscara colocada sobre a população, formando um véu negro, que envolve os grandes corruptos, deixando-os obscuros, na impunidade, diante dos seus atos criminosos.

Os quais ficam imperceptíveis pelo povo inocente e iludido, com máscaras brilhantes. Há tempos, ouvi neste mesmo veículo de comunicação um artigo falando de uma poderosa “sombra” existente no Estado, a qual impede que a população iludida por promessas sem fins, não consiga ver a maldade e corrupção existente atrás de palavras bonitas, porém, com ações que cada vez mais afundam nosso estado.

Esta frase maldita e de mentes iludidas e sem a consciência da importância do voto é por muitas vezes proclamada: “fulano rouba, mas faz”.

Senhoras e senhores eleitores, retirem as travas dos olhos egoístas e saiam das sombras para a luz da consciência. Acreditem na honestidade que pregam aos vossos próprios filhos e façam dela seus ideais. Não é certo falar de Deus e não amar o próximo, roubar para fazer o bem, desviar da saúde, da educação e da segurança para os vossos bolsos, etc.

Os políticos recebem por seus serviços um salário melhor do que muitos trabalhadores, e nem sempre precisam suar a camisa como muitos fazem para isto. Então por que desviam e roubam, ao invés de fazer o que devem, pelo único motivo que foram eleitos?

Um povo esclarecido e com uma visão correta do que é certo e errado pode escolher gestores limpos, dignos e dispostos a trabalhar. Assim lutamos para a aprovação da ficha limpa e precisamos garantir o cumprimento desta lei. Um povo unido e honesto consegue eleger pessoas honestas e capazes de retirar antigas sombras que vivem há anos na política, escurecendo a consciência de tanta gente que se vende por um “milheiro de tijolos” que não construirá um futuro bom, nem para si, nem para os seus.

Queremos o sol da justiça, o brilho da esperança e os reflexos de sabedoria, ordem e progresso, pelo qual nossa democracia foi criada. Pense nisto e usem vossas armas nas urnas, promovendo o futuro que merecemos.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão interna.CRP: 20/04509www.enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

É sempre assim – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho. Senão não seria vizinho dele”. (Emerson)

Tentar jogar para o baú do esquecimento tudo que nossos pais nos ensinaram seria tolice. O que se deve fazer é adequar o que aprendemos, à realidade do momento atual. Meu pai, por exemplo, sem querer dar exemplo, repetia: “Vale mais um amigo na praça do que dinheiro na Caixa”. Valorizar as amizades é algo sério. Não embarque na canoa furada dos decepcionados que dizem que há amigos e amigos. Um amigo é sempre um amigo. E ele é aquele irmão sobressalente a quem você só deve recorrer nas horas de crise. É quando você sabe que ele não lhe faltará.

E se faltar? Não se decepcione. Todas as pessoas que estão à sua volta estão na iminência de decepcionar você; tanto quanto maior for sua tendência à decepção. Seu vi
zinho é aquela família sobressalente que você tem para o conforto da presença. Não abuse dele e ele não o decepcionará. Desde que, claro, você seja um bom vizinho. E não considere seu vizinho apenas a pessoa que mora aí ao lado. Se você olhar por esse telescópio verá as coisas como elas realmente são.

Relacione seus amigos. Mas esteja pronto para uma surpresa agradável. Você estará relacionando apenas os que você considera amigos. Mas vai ficar surpreso quando descobrir que o maior benefício pode vir exatamente daquela pessoal de quem você jamais esperou. Quando alguém decepcionar você, dê uma paradinha e se autoanalise. Por que você se decepcionou? Porque não recebeu o que esperava. Você pode estar esperando sem saber se merece. Está se esquecendo de que quem se desiludiu é porque estava iludido. Quem se ilude se engana. E ninguém engana você, você é que se engana. Aprenda a viver suas decepções. Não deixe que elas façam de você um títere de você mesmo. Faça delas uma lição de vida.

No momento em que você resolve aprender com os desenganos, eles deixam de ser problema. Mas não alijie quem o decepcionou. Procure ver o que decepcionou você, além de sua vulnerabilidade à decepção. O importante, e é o que quase ninguém admite, é que você continue amigo. Afaste-se dos falsos amigos mais não deixe de ser amigo deles. “É dando que se recebe”. Isso pode lhe parecer filosófico, mas na verdade é uma verdade que foi jogada para debaixo de um tapete que já não voa.

Aprenda a viver e conviver com as outras pessoas, que elas aprenderão a conviver com você. Mas não se esqueça de que nem todos têm condições de ser seu amigo. É aí que você entra com a escolha, levando em conta que nem todos os seres humanos fazem parte da humanidade. Junte-se aos que fazem. Pense nisso.

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