Entretenimento

Grupo formado por irmãos indígenas tem repertório de rock e carimbó

Sociedade da Esquina é formada por irmãos músicos da etnia macuxi

Com o intuito de fazer música autoral com um sonoridade alternativa, os irmão Emerson Tukui (guitarra e voz), Márcio Kapoi (contrabaixo) e Milena Makuxi (violão e voz) formaram o Sociedade da Esquina. A banda que surgiu em 2019, em um ambiente entre amigos de universidade. Recentemente, o baterista Alexandre Cavalcante entrou para somar ao projeto.

“A sociedade surgiu com a proposta executar um repertório que geralmente não ouvíamos em estabelecimentos que nós frequentávamos, como exemplo músicas alternativas de artistas poucos conhecidos no mainstream. Atualmente estamos em fase de composição e produção de canções autorais que pretendemos apresentar ao público ainda esse ano” explicou Emerson. 

A banda possui um repertório bastante diversificado que vai desde o carimbó, até o rock nacional, hiphop etc. “Quanto as composições autorais, ainda estamos trabalhando o estilo que melhor representa a vibe que sentimos enquanto tocamos juntos, nada ainda bem definido e nem definitivo” ressaltou Márcio. 
Emerson está na fase de conclusão do curso de Psicologia, enquanto Márcio está cursando Antropologia e Milena está cursando Relações Internacionais. E Alexandre é formado em Ciências Sociais, todos pela UFRR.

“Começamos com o público universitário, mas desde então o público só vem crescendo e se diversificando que esperamos atingir ainda mais pessoas” relatou a vocalista Milena.

Segundo os músicos, a proposta da sonoridade é de sempre de ressaltar a importância das expressões artísticas no geral, mas ainda da região norte.
“Nos sentimos muito realizados em poder fazer parte do cenário cultural e musical nortista, conhecemos muitos artistas e profissionais que nos inspiram a seguir nesse meio, além é claro da família e dos nossos “amigos de esquina”. Acreditamos que a mensagem que podemos passar é de todo o nosso apoio a classe artística que sofrem ou já sofreram injustiças das mais variadas formas, aos indígenas, as mulheres, a população LGBTQIA+, aos marginalizados, à todos que já passaram pela opressão e repressão da sociedade” reforça Emerson.

Para o músico, apesar das dificuldades encontradas no caminho, é possível se expressarem por meio da música.

“Apesar dos momentos delicados e das incertezas da vida, existe sempre um(a) protagonista dessa história que é capaz de realizar suas conquistas, suas produções autorais e que acima de tudo, é também um artista que espalha a sua arte naquilo que ama e nas formas que é capaz. Por isso, sobrevivemos, sobreviveremos e continuaremos a fazer arte onde, quando e como pudermos” disse.


Grupo se apresenta em show gratuito nesta sexta-feira (Foto: Paula Fernanda)

Repertório

O repertório é diversificado, já que a sociedade possui muitas referências de artistas nacionais do rock, mpb, reggae e outros.
“Também ouvimos compositores regionais aqui do espaço amazônico, inclusive de outros compositores indígenas. Trabalhamos pensando no público dos eventos para os quais recebemos convites. Geralmente começamos com músicas temáticas ou algo do gênero e finalizamos quase sempre com músicas alegres e dançantes” finalizou Emerson.


Repertório traz rock e carimbó (Foto: Paula Fernanda)

Show
O grupo se apresenta nesta sexta-feira (22) durante o lançamento do livro  ‘Weiyami’ mulheres que fazem o sol’ da autora Sony Ferseck no bloco 1 da Universidade Federal de Roraima, a partir das 19h30. A entrada é gratuita.O evento contará com  degustação de damurida, exposição de bordados feitos pela artista Georgina Sarmento, apresentação da banda Sociedade Alternativa e sorteio de uma rifa de um exemplar do livro e outros brindes.

Serviço
Lançamento do livro ‘Weiyami’ mulheres que fazem o sol’
Data: 22 de abril
Local: Bloco 1 – UFRR
Hora:19h30
Entrada Franca

Por Raísa Carvalho