Paul Di’Anno, o primeiro vocalista da banda inglesa Iron Maiden, está em solo Roraimense e se apresenta em Boa Vista nesta terça-feira, dia 28, no Palco Velia Coutinho, no Complexo Ayrton Senna, durante a realização do Old Rock Moto Fest. O evento começa às 19h, com quatro bandas, além da apresentação do cantor inglês.
Na manhã desta terça-feira, a reportagem da Folha fez uma entrevista exclusiva com Paul, no Hotel, e traduzimos, na íntegra, para os nossos leitores.
Antes de iniciar a entrevista, Paul apontou para a perna, com alguns pinos, e disse que ela nunca havia ‘jogado’ tanto, como no Brasil. Ele aceitou o desafio de fazer uma turnê pelo país e chegou a Boa Vista no começo da tarde da segunda-feira, dia 27, depois de sair do Rio Grande do Sul e cruzar todo o território nacional.
Paul disse que contrariou os médicos e cirurgiões que afirmaram que ele ainda não estava pronto. “Mas eu tive que fazer isso, porque eu fiquei sem vir ao Brasil por oito anos, por causa dos voos e de outras coisas. E eu amo o Brasil. Sempre estive aqui, mas era basicamente São Paulo mesmo, e Campinas”, ressaltou.
Disseram ao cantor que Boa Vista poderia não ser um bom lugar, no entanto, ele garantiu que “é muito bom, é legal, é lindo. Normalmente estamos viajando, às vezes no ônibus, por 22h, não há realmente um dia de folga. Ontem nós voamos, o que foi fantástico, então, chegamos aqui por volta das 12h e ainda tem uns caras chegando de ônibus. Chegamos aqui [no hotel] e ficamos perto da piscina. É muito bom fazer isso e precisávamos disso. Então, esta manhã, acordamos nos sentindo melhor. Estou prestes a ir para a academia”, destacou.
Paul, depois de vinte anos, Boa Vista vai receber um show internacional. Quais são as suas expectativas?
“Eu nunca espero nada, ok? Porque assim você não fica desapontado. Sei que vai ser tão bom quanto em qualquer outro lugar da turnê, então será fantástico, porque tivemos um público incrível. É inacreditável. Os fãs sabem que os amo muito. É por isso que saí da minha cama, doente, para vir e fazer isso. Mas o amor que eles me mostram me fez curar significativamente. Então, tem sido muito bom. Tivemos muitas pessoas nos eventos, algumas pessoas chorando nos shows, o que é estranho, afinal, nós apenas fazemos o que podemos”.
Paul desabafou sobre aqueles que dizem que ele não tem nenhuma expectativa. “Eles podem me odiar, podem estar todos sentados na minha frente. Eu farei o melhor que puder”, enfatizou.
Como está sendo sua visita ao Brasil?
“Até agora, fantástico. Tem sido muito bom. Como eu disse, estamos fazendo essa turnê e ninguém nunca fez tantos shows no Brasil. Quando terminarmos aqui, vamos para a América do Sul. Vai ser bom. Estou ansioso para isso. Reencontrar velhos amigos, fazer novos amigos, tem sido fantástico. Você sabe, para mim, é o meu regresso à casa. Eu sempre tenho vontade de voltar aqui para o Brasil e, finalmente, cheguei em casa. O Rei de São Paulo está de volta” [fazendo referência às diversas vezes que veio ao Brasil e ficou, principalmente, em São Paulo].
Muitos artistas dizem que o público brasileiro tem uma energia diferente. Você também sente isso?
“Sim. Eu também sinto. Como eu disse: quando cheguei aqui [no Brasil], ainda estava me sentindo muito mal, porque acabei de sair do hospital e tenho esse ‘negócio’ de linfedema na perna e faz inchar um pouco. Foi muito ruim quando cheguei aqui e, em uma semana, consertamos tudo de novo e a sensação que tive e tenho de todos os que vão aos shows é que a energia é incrível, isso me cura e é bom. Então, isso fez eu me sentir muito melhor. Eu adoro voltar ao Brasil, que tem meu coração”.
O que você achou, até agora, sobre a cena do rock no Brasil?
“A cena do rock no Brasil sempre foi fantástica. Há músicos incríveis por aqui, especialmente, os bateristas e guitarristas. Tem sido excelente. Fico maravilhado toda vez que venho aqui. Cerca de 20 anos atrás eu vi uns caras que eram crianças, tocando. Eles tinham 11 ou 12 anos já tocando violão e agora são incríveis. Se Jimi Hendrix estivesse vivo, ele não teria emprego. Ele não é bom o suficiente. A musicalidade, eu acho que tem tudo a ver com a cultura também, com o rítmico, com samba e bossa nova e você a mistura tudo isso junto com o rock. É inacreditável”.
Boa Vista é uma cidade quente. O show de hoje vai incendiar Boa Vista?
“É uma cidade quente. Faremos queimar. Acho que hoje vou entrar em combustão automática. Vai ser maravilhoso. Vamos começar jogando muito líquido. Nós estamos indo com tudo, hoje”.
Para encerrar a entrevista, pedimos que Paul deixasse uma mensagem de carinho para os fãs, convidasse o público para o show desta noite e explicasse como ele sente para o show.
“Eu estou progredindo. O progresso é muito bom. Sim, estou pronto para andar. Eu só tenho que pegar força na parte superior do corpo. É por isso que vamos à academia. Eu tenho meu fisioterapeuta, equipe médica, são fantásticos. Eu me baseio na segurança que eles me dão. Ao povo de Boa Vista, quero agradecer por me receber em sua cidade. O que vimos, até agora, é muito lindo, muito gostoso, gente fantástica. Só espero que possamos fazer o melhor trabalho possível para vocês. Obrigado a todos que estarão no show. Vocês sabem, é muito amor e respeito”.
Paul sofreu um acidente de moto e, desde então, teve o comprometimento da perna direita. Ele afirmou que esta turnê pelo Brasil e pela América do Sul é uma promessa que fez a si mesmo. O cantor disse que é apaixonado por motocicletas.
A programação conta com os seguintes shows: Banda Elos (19h às 20h45); Electric Gypsy (21h às 22h); Noturnall (22h às 23h); Paul Di’Anno (23h à 00h); Banda Garden (00h15), os ingressos estão à venda no link https://www.sympla.com.br/old-rock-moto-fest. A organização do evento é da Old 174 Pub.
