SEXTA CINÉFILA FOLHA BV 🎬

Suspiria (o remake) é terror sensorial e político para estômagos fortes

Obra revisita o clássico de Dario Argento com atmosfera densa, narrativa inquieta e destaque para Tilda Swinton

Suspiria se passa em Berlim, no fim da década de 1970, e acompanha uma jovem bailarina americana que chega a uma renomada companhia de dança
Remake de Luca Guadagnino traz nova camada política à história de bruxas e dança, com direção ousada e atuações marcantes - Foto: Reprodução

Na estreia da Sexta Cinéfila Folha BV, a recomendação vai para os que não se incomodam com desconforto, sangue, arte e alegoria: Suspiria (2018), dirigido por Luca Guadagnino, é um mergulho tenso e esteticamente perturbador no terror autoral, que revisita o clássico homônimo de 1977 com uma abordagem própria, mais política e sombria. O título está disponível na Amazon Prime.

Suspiria se passa em Berlim, no fim da década de 1970, e acompanha uma jovem bailarina americana que chega a uma renomada companhia de dança, onde eventos estranhos e violentos começam a ocorrer. À medida que os ensaios se intensificam, uma presença sinistra parece controlar os bastidores do grupo. A narrativa é conduzida de forma lenta e atmosférica, privilegiando o suspense psicológico e a construção de tensão.

Elenco e destaques individuais

Tilda Swinton interpreta múltiplos papéis e reforça o caráter enigmático e simbólico da narrativa – Foto: Reprodução/Internet

Dakota Johnson interpreta Susie Bannion com entrega física e emocional, distanciando-se de seus papéis anteriores. Já Tilda Swinton impressiona ao assumir múltiplos papéis, inclusive um deles sob pesada maquiagem, numa performance que desafia o espectador. O elenco ainda conta com Mia Goth e Chloë Grace Moretz, em atuações que sustentam a estranheza da trama.

Dakota Johnson, conhecida por Cinquenta Tons de Cinza, vem expandindo seu repertório em filmes independentes e dramas psicológicos. Swinton, por sua vez, já havia trabalhado com Guadagnino em Me Chame Pelo Seu Nome (2017) e Um Sonho de Amor (2009), consolidando a parceria artística entre diretor e atriz.

Direção e estilo

Escolhas estéticas frias, coreografias ritualísticas e uso do som corroboram para a atimosfera de terror psicológico – Foto: Reprodução/Internet

Luca Guadagnino opta por uma abordagem autoral ao material original de Dario Argento. Ao contrário do uso intenso de cores do filme de 1977, aqui a paleta é fria, com tons terrosos e cinzentos. A direção de arte e a trilha sonora — assinada por Thom Yorke, vocalista do Radiohead — criam uma atmosfera melancólica e carregada de tensão. Guadagnino já havia demonstrado sensibilidade estética e domínio de ritmo em obras anteriores, e aqui explora um lado mais sombrio e experimental.

Recepção da crítica

Suspiria dividiu opiniões. Enquanto parte da crítica o considerou uma obra-prima ousada e inventiva, outros apontaram excesso de pretensão e violência gráfica. Ainda assim, há consenso quanto à força visual do filme e à coragem da reinterpretação proposta. No Rotten Tomatoes, mantém uma aprovação em torno de 65%, refletindo essa polarização.

Suspiria é para quem…

…aprecia o terror que não se limita ao susto, mas que propõe reflexões, incômodos e desconstruções. Suspiria (2018) vai agradar especialmente quem valoriza direção autoral, atuações intensas e subtextos políticos em narrativas de horror. É indicado para fãs de cinema europeu, admiradores de Guadagnino ou de filmes que cruzam arte e gênero.

Confira o trailer

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