
A Quaresma é um período de penitência, jejum e oração para os católicos, que dura 40 dias e antecede a celebração da Páscoa. Durante esse tempo, os fiéis são convidados a se aprofundar espiritualmente, buscando a conversão e o arrependimento. No entanto, uma dúvida comum surge entre os cristãos: por que os domingos não são contados como parte desses 40 dias de penitência?
Segundo a tradição da Igreja Católica, o domingo é um dia muito especial. O Vaticano explica que o domingo é o “dia do Senhor”, a Páscoa semanal que celebra a ressurreição de Cristo. Sua importância está em celebrar a vitória de d’Ele sobre a morte. Este é o fundamento que leva a Igreja a excluir o domingo da contagem dos 40 dias de penitência do período de Quaresma.
“O domingo é o dia da Eucaristia, o dia da missa, o dia de estar com a família e de celebrar a vida. Domingo é a Páscoa semanal dos cristão. Desde que Jesus ressuscitou, o domingo passou a ser considerado o ‘primeiro dia’ para nós cristãos. É o dia de celebrar a nova vida que Cristo nos deu, é o dia da Eucaristia, da missa comunitária. O domingo não é um dia de penitência, é um dia de festa”, explica o padre Josimar Lobo, vigário geral da Diocese de Roraima.
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A penitência nos outros dias
Embora o domingo seja um dia de celebração, isso não significa que os fiéis possam relaxar completamente de seus compromissos espirituais. A Quaresma é um período de preparação para a Páscoa. O jejum, a oração e a esmola continuam essenciais durante os outros dias da semana.
“O domingo é o dia do Senhor, mas não significa que, se você se comprometeu com um propósito de jejum ou oração, você deve ‘relaxar’ totalmente. Não adianta fazer penitência durante a semana e, no domingo, agir como se nada tivesse mudado. É importante, sim, viver o domingo com alegria, mas sem esquecer que ele também é um tempo de reforçar o compromisso de transformação espiritual”, alerta o padre Josimar.
Ele reforça que a Quaresma é, acima de tudo, um tempo de conversão interior. O domingo serve como um ponto de reflexão sobre como o cristão tem caminhado nesse processo de Quaresma.
Tradição da Quaresma

A Quaresma, período que antecede a Páscoa, começou na Quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março. Segue até a Quinta-feira Santa em 17 de abril, marcando um tempo de oração, penitência e jejum para os cristãos. A tradição remonta aos 40 dias que Jesus passou no deserto. Ele enfrentou tentações antes de iniciar sua vida pública.
De acordo com a Igreja Católica, a Quaresma tem como objetivo principal a conversão interior, preparando os fiéis para celebrar a ressurreição de Cristo. Para isso, a liturgia orienta a vivência de três pilares fundamentais:
- Oração: rotina dos fiéis por meio da participação nas missas ou da reflexão individual.
- Jejum: um sacrifício voluntário, um exercício de renúncia para fortalecer a fé e o autocontrole. Tradicionalmente, os católicos são incentivados a evitar o consumo de carne às sextas-feiras como forma de penitência na Quaresma.
- Caridade: incentivada com gestos concretos de solidariedade e apoio aos mais necessitados.
A cor roxa predomina nas igrejas durante esse período, representando recolhimento e penitência. No Brasil, diversas dioceses promovem eventos como retiros espirituais, confissões comunitárias e campanhas de arrecadação para ações sociais. Isso reforça o compromisso dos cristãos com a renovação espiritual e a solidariedade na Quaresma.