SEXTA CINÉFILA FOLHA BV 🎬

Bigbug é ficção científica excêntrica sobre controle, rotina e humanidade

Filme de Jean-Pierre Jeunet aposta no absurdo e na estética saturada para refletir sobre inteligência artificial e convivência

Bigbug mistura humor distópico, visual carregado e crítica social em um futuro automatizado e claustrofóbico - Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Netflix

Nesta edição da Sexta Cinéfila Folha BV, a recomendação vai para quem aprecia o cinema autoral europeu e não se incomoda com estranhezas visuais e narrativas alegóricas: Bigbug (2022), dirigido por Jean-Pierre Jeunet, é uma comédia distópica ambientada em um futuro onde a inteligência artificial assume as tarefas do cotidiano — e, eventualmente, o controle das casas e das decisões humanas. O título está disponivel na Netflix.

A trama se desenrola em uma casa inteligente onde um grupo de pessoas fica confinado após uma aparente revolta das máquinas. Robôs domésticos, assistentes virtuais e aparelhos automatizados passam a tomar decisões pelos humanos, sob o pretexto de protegê-los do que acontece do lado de fora. Ao longo do filme, a dinâmica entre os personagens humanos e os robôs se intensifica, revelando críticas sutis (e outras nem tanto) sobre dependência tecnológica, superficialidade e manipulação.

Elenco e atuações

Direção excêntrica e cenários artificiais destacam o estilo de Jeunet, conhecido por obras como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain – Foto: Reprodução/Internet

O elenco francês conta com nomes como Elsa Zylberstein, Isabelle Nanty e Claude Perron. As atuações seguem o tom do filme: caricatas, teatrais e propositalmente exageradas. A proposta é explorar o grotesco e o artificial — algo coerente com o universo construído por Jeunet.

Isabelle Nanty já havia trabalhado com o diretor em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e traz novamente sua expressão cômica peculiar. Claude Perron, por sua vez, participou de Delicatessen (1991), outra obra visualmente marcante do cineasta.

Direção e estilo visual

Bigbug mistura humor distópico, visual carregado e crítica social em um futuro automatizado e claustrofóbico – Foto: Reprodução/Internet

Jean-Pierre Jeunet é conhecido por seu estilo visual exuberante, composições simétricas e paletas de cor vibrantes. Em Bigbug, ele aposta em uma estética saturada e cenários cenográficos que reforçam o artificialismo da vida tecnológica. A direção é marcada pelo humor ácido, pelo ritmo calculadamente estranho e pelo uso de efeitos visuais que remetem ao retrofuturismo e à estética kitsch.

O diretor ficou mundialmente conhecido por O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), mas também assinou títulos como O Longo Amanhecer (2004) e Alien: A Ressurreição (1997), demonstrando versatilidade entre gêneros e uma assinatura visual consistente.

Recepção da crítica

Bigbug teve recepção mista. Parte da crítica elogiou a ousadia visual e a sátira tecnológica, enquanto outra parte considerou o filme exagerado e narrativamente superficial. No agregador Rotten Tomatoes, a nota gira em torno de 40%, refletindo essa divisão de opiniões. Ainda assim, é reconhecido como um filme com forte identidade autoral e uma proposta crítica que dialoga com temas contemporâneos.

Bigbug é para quem…

…gosta de ficção científica não convencional, com estética carregada, humor satírico e diretores com estilo marcante. Bigbug é indicado para fãs de Jean-Pierre Jeunet, para quem se interessa por distopias tecnológicas com pegada teatral e para o público que valoriza a forma tanto quanto o conteúdo em um filme.

Cofira o trailer

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