O tratamento da dermatite atópica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passa a contar com três novos medicamentos a partir desta terça-feira (28). A ampliação foi anunciada pelo Ministério da Saúde por meio das Portarias nº 17, 18 e 31, publicadas no Diário Oficial da União.
Com a medida, a rede pública incluirá o uso de duas novas pomadas – tacrolimo e furoato de mometasona – e um medicamento oral, o metotrexato. A incorporação foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
A dermatite atópica é uma doença crônica e não contagiosa, que afeta principalmente crianças. Caracteriza-se por inflamação da pele, ressecamento e coceira intensa, principalmente nas áreas de dobras, como cotovelos, joelhos e pescoço. Em casos mais graves, pode causar lesões visíveis, o que também gera impacto social e emocional nos pacientes.
“A condição impõe estigmas sociais a quem convive com ela, especialmente crianças em idade escolar, que às vezes deixam de frequentar as aulas por causa do preconceito”, afirmou a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri.
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Os novos medicamentos vão permitir um cuidado mais completo, desde as fases iniciais da doença até os casos mais severos. O tacrolimo, por exemplo, é um produto de alto custo e será importante para quem não pode usar corticoides ou apresenta resistência aos tratamentos já disponíveis.
Já o metotrexato será uma nova opção para pacientes com quadro grave que não podem utilizar a ciclosporina, que já é oferecida pelo SUS.
Atualmente, a rede pública disponibiliza outras duas pomadas de potência leve – dexametasona e acetato de hidrocortisona – além da ciclosporina em casos avançados.
Entre 2024 e 2025, o SUS registrou mais de mil atendimentos hospitalares e mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais relacionados à dermatite atópica no Brasil. O cuidado prestado envolve consultas especializadas, exames e prescrição de medicamentos, conforme a necessidade de cada paciente.