IMPACTOS DA DOENÇA

Roraima tem maior taxa de mortalidade por câncer de mama do país, aponta Inca

O estado apresentou 17,38 óbitos por 100 mil mulheres em 2023, o equivalente a 51 mortes registradas no período

No panorama nacional, o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil (Foto: Divulgação)
No panorama nacional, o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil (Foto: Divulgação)

No mês dedicado à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou, nessa sexta-feira (3), a publicação Controle de câncer de mama no Brasil: dados e números 2025. O documento aponta que Roraima lidera as taxas de mortalidade da doença no país, com 17,38 óbitos a cada 100 mil mulheres em 2023, o equivalente a 51 mortes registradas no período.

Os números também mostram que 59,5% dos casos foram diagnosticados em estágios avançados (III e IV) entre 2018 e 2022, sendo o maior percentual do Brasil. Para o triênio 2023-2025, a estimativa foi de 70 novos casos anuais no estado, com taxa de incidência ajustada de 27,73 casos por 100 mil mulheres.

Quando se observa a prevenção e a detecção precoce, os números revelam outras fragilidades. Em 2024, foram realizadas 6.147 mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos pelo SUS em Roraima. O é volume semelhante ao registrado em 2023, que foi de 6.043 exames.

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Já a cobertura do rastreamento, que indica o percentual de mulheres que realizaram mamografia nos dois anos anteriores, caiu de 47% em 2013 para apenas 37,4% em 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O índice está entre os mais baixos do país, refletindo as dificuldades de acesso ao exame.

Câncer de mama no Brasil

No panorama nacional, o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. O Inca estima 73.610 novos casos em 2025. Em 2023, foram mais de 20 mil óbitos. Embora tenha havido redução da mortalidade em mulheres entre 40 e 49 anos no período de 2020 a 2023, o índice aumentou entre mulheres acima de 80 anos, com maior concentração de mortes na faixa entre 50 e 69 anos.

Segundo o relatório, o Sudeste concentra a maior incidência da doença, enquanto Santa Catarina, no Sul, lidera entre os estados. Em termos de mortalidade, além de Roraima, os índices mais altos estão no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.

A chefe da Divisão de Detecção Precoce do Inca, Renata Maciel, destacou a necessidade de ampliar a cobertura do rastreamento. “Precisamos aumentar essa cobertura para 70%. Hoje há estados do Norte com cerca de 5,3% e o Espírito Santo com 33%. É muito baixo. Nosso foco é centrar esforços nesse rastreamento organizado, para que as mulheres façam a mamografia a cada dois anos”, disse Renata à Agência Brasil.

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