Saúde e Bem-estar

Roraima entra em alerta após caso de bebê venezuelano com meningite

Comunicado é feito após a descoberta de um caso em um menino venezuelano

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) emitiu, nesta segunda-feira (2), um comunicado de risco para a meningite. O alerta é feito após a descoberta de um caso em um bebê venezuelano.

Conforme o documento, a descoberta da doença ocorreu no último dia 29. Nascida no dia 11 de novembro de 2021, a criança tem apenas cinco meses e mora em um abrigo de Boa Vista.

A nota cita ainda que os familiares da criança (pai, mãe e irmãos) são da região de garimpo de El Dorado, uma pequena cidade do leste da Venezuela. Eles entraram no Brasil no dia 5 de abril, ficando por um período de 15 dias no abrigo de Pacaraima. A vinda deles para a capital roraimense foi no dia 18 do mesmo mês.

O documento também ressalta que os primeiros sintomas (febre, rigidez na nuca, dificuldade de flexionar os joelhos e dor abdominal) da criança vieram a se manifestar no dia 21, mas a internação dela no Hospital da Criança Santo Antônio só foi feita no dia 25. O paciente segue sendo monitorado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da unidade.

Risco de contágio e a importância da imunização

A meningite tem como principal característica a inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro, podendo acometer tanto crianças quanto adultos. Se não imunizada, a pessoa pode ter graves sequelas, e até mesmo, evoluir ao óbito.

Segundo a Coordenação Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), a criança possuía apenas a primeira dose das vacinas contra a Hepatite B. Sendo do mesmo modo para a Pneumocócica 10 V, a VIP e a Covid-19. Contudo, a criança não havia recebido a vacina da Meningo C no período certo (3º e 5º mês de idade).

“Ela [a criança] está internada, passando por tratamento, sendo monitorada e observada e toda a parte epidemiológica, que nesse caso é a busca ativa, também é feito uso de medicação para as pessoas que tiveram contato com esse paciente e todas as ações [de monitoramento] já foram executadas através da equipe da Vigilância Municipal”, salientou Valdirene Oliveira, coordenadora da CGVS.

A Prefeitura de Boa Vista informou que após a confirmação do caso, as medidas foram adotadas de imediato pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica Municipal (DVE), em parceria com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Hospital da Criança Santo Antônio, Núcleo de Saúde da Operação Acolhida e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de Boa Vista.

• Notificação e abertura de investigação;

• Coleta das amostras (aguardando resultado da cultura do LCR);

• Profilaxia dos profissionais do HCSA que tiveram contato com o paciente;

• Comunicado às autoridades sanitárias – DVE-Estado e CIEVS Roraima;

• Busca ativa de outras pessoas que tiveram contato no local de moradia (abrigo temporário rodoviário);

– Checagem da situação vacinal dos demais;

– Quimioprofilaxia dos que tiveram contato com o paciente no domicílio.

O diagnóstico das meningites é realizado com achados clínicos compatíveis com a sintomatologia da doença, porém, a etiologia (agente causador) somente é confirmado após diagnóstico laboratorial (bacterioscopia, cultura, exames complementares).

Hoje, todas as unidades básicas de saúde da prefeitura, que possuem sala de vacina, disponibilizam o imunizante. A prefeitura reforça para que pais e responsáveis procurem uma unidade mais próxima e faça a vacinação da sua criança, no período certo, prevenindo-as contra a doença. Ressalta ainda que as três doses devem ser administradas até o primeiro ano de vida.

*Atualizado às 17h10