Saúde e Bem-estar

Psicóloga fala sobre formas de encarar a morte e o luto

Os enterros em tempos de covid-19 exigiram mudanças nos rituais religiosos

Os  rituais são importantes na hora de dizer adeus, ter o momento de compartilhar a dor com os entes queridos e se despedir daquele que se foi. Diante da pandemia do novo coronavírus, dezenas de famílias se viram obrigadas a passar pelo processo de morte e luto de um ente querido à distância.

 Sem velórios e com caixões lacrados, os enterros em tempos de covid-19 exigiram mudanças nos rituais religiosos.

De acordo com a psicóloga Gilvania Carvalho, a despedida pode ajudar os entes a ter um consolo. “O luto por si só gera nas pessoas muita tristeza e angústia por que é algo que nós nunca estamos preparados, e muitas vezes as pessoas evitam falar crendo que isso seria capaz de evitar a morte. Com o coronavírus, o alto número de falecimentos gera um luto coletivo e dessa forma passou por uma desconfiguração e as pessoas não tem mais aquele momento de aceitação de que aquela morte aconteceu” explicou.

Segundo ela, é preciso passar por etapas que levam a aceitação. “Muitas pessoas ficam sem  acreditar que aquela perda aconteceu, quando você não tem essa oportunidade de passar pelo processo de ver a pessoa ser enterrada, é como se aquela morte não tivesse acontecido, ou como se não tivesse a despedida correta, a altura do significado que aquela pessoa trouxe a vida de seus amigos e familiares” explicou.

Luto Coletivo

Apesar de nem todo mundo ter perdido um ente querido, as pessoas estão diariamente vivenciando notícias sobre a morte de pessoas e com isso surge a sensação do luto coletivo.

“As notícias diárias são tristes, infelizmente isso faz com que as pessoas em meio a compaixão daqueles que estão sofrendo também começam a sentir o luto. Por se tratar de uma pandemia, onde as pessoas não sabem quem pode ser uma vítima do vírus ocorre a identificação e se comovendo com a dor do outro. E se colocando no lugar do outro, e sofremos por pessoas que nem ao menos conhecemos” explicou a psicóloga.

Origem da data

O Dia dos Finados é uma data marcante para milhares de pessoas no Brasil, mas a origem da celebração é desconhecida para muitos.

Na tradição da Igreja Católica, 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos, quando se reza por aqueles que morreram em estado de graça, com os pecados perdoados. O dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos, que precisam de ajuda para serem aceitos no céu.  É por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados.

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