SOBREVIVÊNCIA

Natação ajuda a reduzir riscos de afogamento de crianças e adultos

Bombeiro e professor de natação recomendam que a prática comece desde a infância

Em casos de afogamento, bombeiros devem ser acionados (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Em casos de afogamento, bombeiros devem ser acionados (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A combinação entre os dias quentes e as férias escolares é sinônimo de idas a ambientes aquáticos para fugir do calor intenso e ‘ficar de molho’ com a família e os amigos. No entanto, é também nesta época do ano em que os casos de afogamentos, principalmente de crianças, aumentam. 

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), Lima Cruz, os menores devem estar sempre sob a supervisão de um adulto responsável e não podem ficar sozinhos em momento algum. 

“Alguns pais acabam se distraindo e perdem o filho de vista. Se você precisar se afastar para comprar uma bebida, por exemplo, sempre leve a criança ou deixe algum responsável vigiando”, disse.

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Aos adultos, o bombeiro alerta para o consumo de bebida alcoólica nesses lugares, a fim de evitar possíveis tragédias. Ele afirma que essa é a principal causa dos acidentes na água. “As pessoas superestimam na capacidade delas de nadar. Então, vão para água e acabam se afogando”, comenta.

Tenente Lima Cruz não recomenda que outra pessoa entre no rio para salvar vítima de afogamento (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Nos casos de afogamento, o profissional dá dicas de como ajudar e, em casos graves, até salvar a vida da vítima. A principal medida deve ser ligar para o CBMRR por meio do 193. Depois disso, é aconselhável jogar um instrumento de flutuação para a vítima, como tampa de isopor, galão para combustível ou uma boia. Assim, ela se apoia nesses objetos enquanto aguarda ajuda.

O tenente enfatizou que a atitude de entrar na água para socorrer a vítima não é recomendada, pois pode se tornar um risco para as duas pessoas envolvidas. Conforme ele, o melhor a se fazer, depois de entrar em contato com os bombeiros, é colher todas as informações possíveis e aguardar a equipe no local.

“Muitas vezes, as pessoas vão na emoção para salvar a vítima de afogamento e acabam se afogando junto por não terem a habilidade necessária para esse tipo de situação. Entrar na água para salvar os outros pode fazer com que você se torne uma vítima também”, alerta.

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Um jeito eficiente de prevenir afogamentos é fazer aulas de natação. Isso vale tanto para crianças, quanto para adultos. Segundo o bombeiro, a prática, além de ajudar a evitar acidentes, faz bem à saúde. Por isso, ele aconselha os pais a incentivarem os filhos a praticarem o exercício assim que possível.

Só após uma experiência de afogamento na infância, durante uma viagem em família, que Marcelo Félix passou a frequentar as aulas de natação. Anos depois, tornou-se nadador profissional. Hoje, ele ensina o esporte para pessoas de todas as idades. 

“Saber nadar pode prevenir muitos casos de afogamento. Na maioria das vezes, as pessoas caem em um buraco de areia dentro do rio, se assustam, não conseguem ter calma e começam a engolir água. A pessoa que tiver o costume de nadar vai ter calma e saberá executar a técnica da respiração e da flutuação. Se ela entrar no buraco, vai ter um susto no começo, mas logo passa a ter controle da situação”, explica o profissional.

A prática da natação pode ser iniciada desde cedo, a partir dos seis meses de idade. De acordo com o professor, é importante para os bebês se familiarizarem com a água e aprenderem a não ter medo. Dos três anos em diante, a criança já começa a aprender algumas técnicas de natação. 

Marcelo percebeu que, em muitos casos vistos por ele, os pais matriculam os filhos para que eles não passem pelos mesmos traumas com água que tiveram durante a infância. Nas instruções para crianças, ele afirma que os adultos ficam apreensivos, mesmo que o ambiente das aulas seja seguro. Por isso, ele enfatiza a importância da prática de natação, inclusive, para pessoas mais velhas.

“É importante para a saúde de diversas maneiras. Ajuda quem tem obesidade, problemas cardíacos e outras condições. É também uma questão de sobrevivência. Você aprende a usar o peito, as costas, os braços e as pernas para saber agir caso sinta câimbra na água ou esteja em uma situação de desespero”, finaliza.