"DETOX DIGITAL"

Movimento incentiva jovens a passar meses sem usar redes sociais

Sem as distrações constantes das notificações, esses jovens relatam um aumento significativo na produtividade.

O afastamento das redes sociais ajudou muitos a reduzir a ansiedade e o estresse (Foto: Lílith Áquila/FolhaBV)
O afastamento das redes sociais ajudou muitos a reduzir a ansiedade e o estresse (Foto: Lílith Áquila/FolhaBV)

Uma onda de vídeos no YouTube está viralizando a cada vídeo, gerando grande quantidade de comentários positivos acerca do assunto e mudando a forma como os jovens encaram suas vidas digitais.

Por meio dos vídeos, os jovens contam sua experiência ao se desconectar das redes sociais por períodos prolongados. Alguns optaram por nove meses, outros por três, e há até mesmo aqueles que tentaram um desafio de um mês.

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O objetivo principal, está em descobrir a vida além da tela do smartphone e entender o impacto que as redes sociais têm em suas vidas.

RELATOS PESSOAIS

Os depoimentos desses jovens destacam uma série de benefícios que surgiram após a decisão de se afastarem das redes sociais. Mais tempo dedicado aos estudos, objetivos de longo prazo, dedicação à atividade física e mais, confira:

  1. Maior Conexão Pessoal: Ao se desconectar do mundo digital, esses jovens encontraram uma maior conexão com as pessoas ao seu redor. Eles valorizam mais os momentos cara a cara e desenvolvem relacionamentos mais profundos.
  2. Aumento da Produtividade: Sem as distrações constantes das notificações, esses jovens relatam um aumento significativo na produtividade. Eles têm mais tempo para se concentrar em seus estudos, hobbies e paixões.
  3. Melhor Saúde Mental: O afastamento das redes sociais ajudou muitos a reduzir a ansiedade e o estresse. Eles se sentem menos pressionados pela necessidade de se comparar com os outros e encontram mais paz de espírito.

PERSPECTIVA CIENTÍFICA

Um estudo recente da Universidade de Chicago confirmou a preocupação com hiperconectividade. Os pesquisadores acompanharam a rotina de 205 pessoas por sete dias, concluindo que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e ao cigarro.

No Brasil, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP) também observou um aumento nos casos de dependência de internet, indicando que a situação não é diferente por aqui.

“DESPERDÍCIO DE TEMPO”

No vídeo “Redes Sociais e Desperdício de Tempo | PEDRO CALABREZ | NeuroVox 054”, o neurocientista Pedro Calabrez aborda os aspectos negativos das redes sociais do ponto de vista da neurociência.

Ele destaca que o uso excessivo das redes sociais pode aguçar problemas como ansiedade, estresse e sentimentos de inadequação.

“As redes sociais são projetadas para liberar pequenas doses de dopamina em nosso cérebro, criando um ciclo de recompensa que nos mantém viciados. Isso pode levar a um uso excessivo e compulsivo das redes sociais”, destacou.

Além disso, ele explica que vídeos curtos e viciantes fragmentam nossa atenção, tornando mais difícil nos concentrarmos em tarefas importantes. Isso tem implicações negativas para a produtividade e a capacidade de foco.

“Outro ponto é a comparação constante com os outros, levando à sensação de inadequação e diminuindo a autoestima. Paradoxalmente, o uso excessivo de redes sociais pode levar ao isolamento social e aumentar a ansiedade. As interações online muitas vezes não substituem a profundidade das conexões pessoais”, explicou.

Em suma, Pedro Calabrez destaca que, do ponto de vista da neurociência, as redes sociais podem ter efeitos negativos em nosso bem-estar mental, atenção e relacionamentos pessoais. Ele encoraja as pessoas a usarem essas plataformas com consciência e moderação para minimizar esses impactos adversos.