A ministra da Saúde, Nísia Trindade, finalizou a passagem por Roraima nesta quinta-feira (2) prometendo atender uma série de demandas dos indígenas yanomami. Ao longo do dia, ela esteve com a comitiva de secretários nacionais da pasta na região de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, para acompanhar o início da vacinação e visitar o polo base da localidade.
A equipe federal se reuniu com lideranças indígenas, como o xamã e ativista Davi Kopenawa, e recebeu documento com vários pedidos. “Responderemos, sobretudo, com ações tão esperadas e justas. Além de uma questão humanitária, é uma questão de democracia e dignidade cumprirmos o papel que nos cabe”, afirmou Nísia.
“A viagem nos mostrou um avanço importante na área da nutrição das crianças indígenas. Sabemos que toda crise sanitária está relacionada ao garimpo ilegal na organização social dos povos, impactando nas suas condições de vida, de pesca, mas nosso foco é a recuperação da saúde”, destacou ela, ressaltando o trabalho interministerial e a parceria com organizações sanitárias para garantir um atendimento adaptado à cultura indígena.
PARALISAÇÃO
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SAÚDE DOS PÉS
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Nísia anunciou, sem detalhar, um plano para reformar as estruturas de atendimento à saúde indígena, como os polos bases e a Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena), a ser executado “em tempo recorde” considerando as dificuldades logísticas, além de pensar no contexto após a emergência em saúde pública nacional vigente no território indígena desde janeiro.
E enquanto isso não acontece, o Ministério da Saúde aguarda a finalização da retirada de garimpeiros ilegais da Terra Yanomami, para proporcionar o funcionamento adequado do atendimento sanitário aos indígenas.
O secretário nacional de Saúde Indígena, Raimundo Weibe Tapeba, anunciou que nos próximos dias abrirá um processo de recrutamento de profissionais de saúde para atender várias comunidades indígenas yanomami.
Saúde estadual
Ao ser perguntada sobre a atual condição da saúde estadual, Nísia Trindade ressaltou que o Ministério da Saúde tem um plano nacional para reduzir as filas por cirurgias, exames e consultas especializadas. “Estamos trabalhando juntos nesse plano, mas sabemos que precisamos avançar mais”, disse, prometendo ainda ampliar a qualidade da atenção primária.
Após a entrevista coletiva, a equipe ministerial embarcou no avião da FAB (Força Aérea Brasileira) por volta de 19h, na Base Aérea de Boa Vista, rumo ao Rio de Janeiro.
*Por Lucas Luckezie
