Em 22 de junho de 2020, a aposentada Francisca Chaves Silva, foi diagnosticada com câncer colorretal. Na época, ela conseguiu se livrar da doença após se submeter a radioterapia e quimioterapia em Manaus, após conseguir, com muita insistência, o benefício do TFD (Tratamento Fora de Domicílio).
Durante o tratamento, dona Francisca precisou colocar uma bolsa de colostomia, que funciona como um intestino não-natural para a retirada das fezes. Era só uma etapa do processo de recuperação. E já são dois anos que a aposentada convive com o aparelho, porque o Estado de Roraima demora a providenciar a cirurgia para retirá-lo e fazer a reconstrução do trânsito intestinal, reclamam os familiares.
Por conta da espera, a aposentada, hoje com 65 anos, adquiriu uma hérnia intestinal. “Hoje a minha mãe teve uma crise de hérnia, tá sentindo muita dor e daí ela foi levada para a emergência do HGR (Hospital Geral de Roraima)”, contou uma das filhas, que pediu anonimato.
SAÚDE
Mãe de bebê com doença rara reclama que Cernutri não tem fornecido leite especial
Devido a situação, a mãe disse que foi informada pelo Cernutri que o laudo médico da criança não seria renovado, pois não haveria previsão para a volta do fornecimento
SAÚDE PÚBLICA
Lavanderia investigada pela PF suspende serviços no HGR
Empresa avisou que devolveria todas as roupas hospitalares à unidade, lavadas e sujas, de forma separada. Direção do hospital alertou sobre risco de contaminação
Cansada de esperar e preocupada com dona Francisca, a qual corre risco de vida, a família decidiu, em 4 de setembro, procurar a Justiça de Roraima para obrigar o governo estadual a pagar a cirurgia na rede particular. Na ação, familiares pedem o sequestro de R$ 117.053,00 das contas do Estado, para custear o procedimento e a devida recuperação de Francisca Chaves. Ainda não houve decisão judicial sobre o caso.
Um ofício enviado pela Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) ao juiz Aluízio Ferreira Vieira, ao qual a família teve acesso, informa que a pasta tem condições de realizar a cirurgia, o que é contestado por uma das filhas. “Estive na Unacon [Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) e no HGR e não tem esse médico coloproctologista. A cirurgia não pode ser realizada por cirurgião geral, mas por um médico coloproctologista”, explicou.
Procurada, a Sesau divulgou nota na qual orienta os familiares a procurar o Núcleo de Marcação de Cirurgia do HGR para que sejam providenciadas uma consulta avaliativa e a marcação do procedimento cirúrgico, desde que ela tenha condições de realizar a cirurgia. Veja a nota completa abaixo:
“A Secretaria de Saúde informa que recentemente realizou a contratação do especialista em Proctologia. A expectativa é que as demandas que estavam reprimidas sejam todas resolvidas, atendendo ao fluxo da unidade, a prioridade clínica de cada paciente e conforme a fila Única do Sistema de Saúde.
Sobre o caso da paciente Francisca Chaves Silva, a Secretaria orienta que os familiares procurem o Núcleo de Marcação de Cirurgia no Hospital Geral de Roraima, para que sejam providenciadas uma consulta avaliativa e a marcação do procedimento cirúrgico, desde que ela tenha condições de realizar a cirurgia.
A Pasta reitera que qualquer reclamação sobre atendimento nas unidades hospitalares estaduais pode ser feita por meio da Ouvidoria, pelo e-mail: [email protected], ou ainda pelo telefone da Ouvidoria: (95) 98410-6188.
Inclusive, em caso de assistência insatisfatória no HGR, o paciente ou um familiar pode procurar a Ouvidoria da Unidade e manifestar a reclamação, a fim de que sejam tomadas as medidas imediatas para melhorar o atendimento.”
