Saúde e Bem-estar

Estudo discute principais complicações da Covid-19 para grávida

Alunas do Centro Universitário Estácio da Amazônia realizaram uma pesquisa, apontando as principais complicações da Covid-19 para as grávidas, e ainda indicaram mudanças nos cadastros das unidades básicas, para oferta de um atendimento diferenciado

Depois de quase dois anos que o mundo passou a conviver com a pandemia da Covid-19, algumas dúvidas foram confirmadas e novos procedimentos na área da Saúde precisaram ser implantados. Uma dessas questões envolvia as mulheres gestantes, que a princípio não foram incluídas no grupo de risco, mas após diversos estudos e acompanhamentos de casos, se confirmou a necessidade de cuidados e sua inclusão na lista prioritária da vacina.

Para apresentar o que foi descoberto até o momento, alunas do Centro Universitário Estácio da Amazônia realizaram uma pesquisa este ano, apontando as principais complicações da Covid-19 para as grávidas, e ainda indicaram mudanças nos cadastros das unidades básicas de saúde dessas mulheres, para receberem um atendimento diferenciado.

Conforme a pesquisa das estudantes de Enfermagem, Lindaleia Sousa e Soraia Silva, as mortes de grávidas em 2021 já superaram os números de 2020. No ano passado, foram registrados 544 óbitos de gestantes e puérperas por Covid-19 no Brasil. Até 26 de maio deste ano, já haviam sido registradas 911 mortes de grávidas no país.

De acordo com a pesquisa da Estácio, no início da pandemia se observou um número pequeno de grávidas infectadas. “No entanto, quando infestadas apresentavam-se mais vulneráveis às manifestações mais agressivas da doença”, explicam.

A pesquisa revela que as alterações fisiológicas próprias de mulheres grávidas acabam por deixar as gestantes mais vulneráveis a desenvolver quadros mais graves da doença. “São alterações comuns nos sistemas imunológico e cardiopulmonar que predispõem as mulheres grávidas a desenvolverem doenças graves após a infecção por vírus respiratórios, podendo evoluir para insuficiência respiratória grave com complicações obstétricas, como aborto, parto prematuro e crescimento intrauterino restrito, além do risco de morte durante a gravidez e após o parto”, explicam.

As alunas afirmam ainda que as gestantes que já possuem doenças crônicas também apresentam taxas elevadas de complicações em relação ao vírus. As doenças envolvidas nessa lista são as cardiopatias, hipertensão, diabetes e as doenças pulmonares crônicas como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica, causada pelo tabagismo.

Além disso, a pesquisa observa que ainda não houve comprovação de transmissão da doença da gestante infectada para o feto. Já a transmissão durante o parto e a amamentação pode acontecer.

Diante de todas essas informações, as alunas apresentaram sugestões às unidades básicas de saúde de Boa Vista no sentido de se criar um banco de dados individualizado das gestantes. O objetivo é aprimorar o acompanhamento dessas mulheres durante a gravidez e evitar o agravamento de doenças nesse período.

Segundo as futuras enfermeiras, é importante que seja feito um levantamento das vulnerabilidades que cercam a gestante e devem ser incluídas visitas da equipe da UBS no início, meio e fim da gravidez. O objetivo é identificar quais são as que mais precisam de maior atenção e monitoramento através de consultas.