Quase metade dos adultos brasileiros (48%) terá obesidade até 2044, e outros 27% apresentarão sobrepeso. É o que aponta a pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade e divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em junho deste ano. Nesta sexta-feira (11), o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, saiba como prevenir e diagnosticar a doença crônica.
Atualmente, 56% dos adultos brasileiros têm obesidade ou sobrepeso (34% com obesidade e 22% com sobrepeso), conforme a Fiocruz. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade como um dos maiores desafios globais de saúde pública do século.
Como prevenir?
Considerada uma doença crônica, a obesidade vai muito além da questão estética e está diretamente associada a diversas complicações graves, como diabetes, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. A endocrinologista no Sabin Diagnóstico e Saúde, Renata Pinto Camia, explica que a doença tem várias causas como má alimentação e o sedentarismo, além de fatores psicológicos, hormonais, genéticos e ambientais.
“A prevenção da obesidade envolve mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas. Além disso, o acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a saúde e identificar qualquer alteração de peso ou na produção de hormônios”, destaca a médica.
A especialista reforça a importância de tratar a obesidade como uma condição de saúde. “Ela é uma doença séria, que afeta a qualidade de vida e a saúde do paciente como um todo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações”, alerta.
Sinais e diagnóstico
O ganho de peso é o sintoma mais evidente da obesidade, mas cansaço e falta de energia também são sinais de alerta. O diagnóstico vai além do peso na balança, sendo feito principalmente pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que relaciona peso e altura. IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso; acima de 30, obesidade.
Renata ressalta que o IMC, embora seja uma medida prática, não avalia com precisão a distribuição da gordura corporal. “Por isso, também é comum medirmos a circunferência abdominal, já que o acúmulo de gordura na região abdominal está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares. Além disso, há exames complementares que podem auxiliar na avaliação geral da saúde do paciente”, acrescenta reforçando a necessidade de avaliação de um médico.
Exames indicam predisposição
O exame de sangue é um dos principais procedimentos para avaliar riscos ligados à obesidade, como níveis elevados de glicose e colesterol, que indicam predisposição a doenças como diabetes tipo 2 e problemas cardíacos. Exames hormonais, como o TSH e T4 livre, ajudam a identificar distúrbios como o hipotireoidismo, que podem favorecer o ganho de peso.
A endocrinologista destaca: “Algumas doenças da tireoide, como o hipotireoidismo, reduzem a velocidade do metabolismo. Isso aumenta a predisposição à obesidade, por isso é importante confirmar ou descartar a hipótese.” Medicamentos, como antidepressivos, também podem interferir no metabolismo e devem ser monitorados.