Saúde e Bem-estar

Em três anos, RR registrou 186 casos de hanseníase; tratamento é gratuito

Dados da Sesau mostram que público masculino registrou mais casos, sendo 112; campanha Janeiro Roxo é voltada à prevenção e combate à hanseníase

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o mês de janeiro no calendário da saúde como o mês de conscientização mundial e combate à hanseníase. A campanha é denominada Janeiro Roxo. Em Roraima, 186 casos de hanseníase foram confirmados nos últimos três anos.

No público feminino, em 2019 foram confirmados 43 casos, no ano seguinte foram 19 registros e em 2021 mais 12 casos da doença. No público masculino, em 2019 foram confirmados 50 casos, em 2020 foram 18 casos e no ano passado foram 44 casos, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

De acordo com a Sesau, no público feminino, quatro dos casos diagnosticados em 2019 já apresentavam sequelas. Dos casos do ano seguinte, nenhum apresentou, enquanto no ano passado dois casos foram diagnosticados com sequelas.

Quanto ao público masculino, cinco dos casos diagnosticados em 2019 já apresentavam sequelas, além de um caso com sequelas em 2020 e três em 2021. A rede pública de saúde oferece o tratamento gratuito.

A Hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e é contagiosa, mas com baixo potencial de transmissibilidade.

Tratamento

Apesar do alto potencial incapacitante, a hanseníase tem cura e possui um tratamento bastante simples e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Todas as Unidades Básicas de Saúde da prefeitura estão habilitadas a realizar o tratamento de hanseníase em Boa Vista e na Clínica Especializada Coronel Mota, funciona a Referência Médica no Tratamento de Hanseníase para os casos que necessitam de atenção especializada.

A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) monitora semanalmente, por meio de sistema de informações que cada município alimenta, o cenário epidemiológico da doença no Estado, bem como presta o auxílio de forma presencial na busca ativa dos pacientes.

Transmissão da hanseníase

A transmissão da doença ocorre através das vias aéreas (secreções nasais e orais como gotículas de saliva, tosse, espirro) de pacientes que ainda não tenham iniciado o tratamento. Pacientes em tratamento não transmitem a doença e o período de incubação pode levar de três até cinco anos. A maioria das pessoas não desenvolve a doença, mesmo tendo contato com o bacilo.

Anualmente, pelo menos 210 mil pessoas são diagnosticadas com a doença, conforme informações da Organização Mundial da Saúde e, infelizmente, até 50% das pessoas acometidas pela doença também enfrentarão problemas como depressão ou ansiedade, com maior risco de suicídio.

É fundamental que, tanto profissionais quanto à própria população, especialmente aqueles de regiões com maior prevalência da doença, estejam atentos aos sintomas:

– Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer área do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio; ao tato e à estímulo doloroso, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, no rosto, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;

– Regiões do corpo com diminuição dos pelos e do suor;

– Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas;

– Inchaço nas mãos e nos pés;

– Menor sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés;

– Lesões em pernas e pés;

– Caroços pelo corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;

– Febre, inchaço e dor nas articulações;

– Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;

– Ressecamento nos olhos.