
Uma prática comum nas cozinhas ao redor do mundo é a lavagem do arroz antes de sua preparação. Mas será que essa ação, que muitos consideram essencial para a eliminação de impurezas, pode estar privando os consumidores de nutrientes valiosos? Estudos científicos e especialistas pesam na discussão.
Um estudo publicado no “Journal of Agricultural and Food Chemistry” indica que, ao lavar o arroz, podemos estar removendo não apenas sujeiras superficiais, mas também nutrientes que são benéficos à saúde. O principal deles é o ácido fólico, uma vitamina do complexo B essencial para a formação de células sanguíneas no organismo.
Nutricionistas afirmam que muitos grãos de arroz, especialmente os brancos, são fortificados com nutrientes essenciais, como o ácido fólico. Ao lavá-los antes de cozinhar, muitos desses nutrientes adicionados podem ser perdidos, minimizando os benefícios potenciais à saúde.
Outro estudo, desta vez do “International Journal of Food Science”, corrobora com essa visão, ressaltando que a lavagem excessiva do arroz pode levar à perda de até 25% do ácido fólico presente.
Por outro lado, a lavagem pode ajudar na remoção de excesso de amido, resultando em um arroz menos pegajoso após o cozimento, o que é uma preferência em muitas culturas. Além disso, o processo pode diminuir a presença de possíveis contaminantes superficiais.
Para o chef renomado Rogério Souza, a lavagem tem mais um propósito culinário do que nutricional: “Lavo o arroz para atingir a textura desejada no prato final, mas é essencial estar ciente da perda nutricional que essa prática pode trazer.”
Assim, a decisão de lavar ou não o arroz antes de cozinhar depende do objetivo de cada um: enquanto a prática pode melhorar a textura do arroz, é inegável que ela pode comprometer seu valor nutricional. Vale a pena ponderar e decidir o que é mais importante para cada refeição e para a saúde a longo prazo.