Saúde e Bem-estar

‘Vacinação é a melhor forma de prevenção contra cinomose’, diz veterinário

Entenda os sintomas da doença contagiosa que afeta os cães

A cinomose canina é uma doença contagiosa e altamente perigosa, causada por um vírus. Por conta do alto número de cães de rua, Boa Vista possui um alto nível de incidência da doença, que pode ser evitada com a vacinação.

A doença atinge cães que ainda não terminaram o esquema vacinal (filhotes) ou que não costumam receber o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10, V11 ou V12). 

Um cão infectado elimina o vírus pela urina, fezes e secreções (nasal e ocular) até 90 dias após a inalação ao vírus. Portanto é importante evitar seu contato com outros cachorros durante o período em que está doente.

Os principais sintomas da cinomose são: apatia, perda de apetite, diarreia, vômito, febre, secreções oculares (remela em grande quantidade), secreções nasais (pus), convulsões, paralisias, tiques nervosos, feridas na pele e falta de coordenação.

“Quando inicia os sinais clínicos é preciso entender se realmente é a cinomose porque não tem sintomas específicos da doença. É preciso fazer alguns exames complementares para diagnóstico. A partir da confirmação é necessário que o animal seja isolado dos outros animais da residência. Como são poucos os lugares que realizam a internação do animal com cinomose, o acompanhamento é feito em casa”, esclareceu o médico veterinário, Henrique Borges. 

Com animal em casa é necessário cuidados de manejo ambiental para eliminar o vírus. O cachorro pode ser contaminado pelo vírus, de diversas formas. Entre elas, pelo contato com secreções, urina e fezes infectadas pelos animais doentes. Além disso, casinha, cobertores e alimentos dos animais infectados também são fontes de infecção. 

“A literatura não propõe algo específico, mas nós percebemos a eficácia com água sanitária. Para eliminar o vírus do ambiente é necessário diluir um litro de água sanitária para 10 litros de água. Espalhar pelo quintal, limpar bem e manter o período de quarentena para introdução de outro animal”, explicou Borges. 

Vale lembrar que o contato não necessariamente precisa ser direto ou próximo. “A infecção pode acontecer quando os pets passeiam em locais onde animais doentes eliminam o vírus como, por exemplo, na rua, em parques ou em outros locais públicos”, disse o veterinário. 

O tratamento é assintomático, ou seja, não existe um medicamento antiviral eficaz no combate a doença, apenas em tratar sintomas causados nos diferentes sistemas acometidos.

Antibiótico e anti-pirético para as infecções secundárias no sistema digestório e respiratório, além de aliar expectorantes, bronco dilatadores e antieméticos, soro para corrigir a desidratação causada pela diarreia, anticonvulsivante para as crises convulsivas devido ao acometimento do sistema nervoso e suplementos nutricionais e terapias alternativas, como a acupuntura, para melhorar a resposta imunológica do animal para combater o vírus também são utilizadas.

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO – Para prevenção da doença basta realizar a vacinação anual. A vacina para cinomose está dentro do pacote oferecido pelas vacinas V8 , V10 e V11. No caso de filhotes, devem receber três a quatro doses da vacina a partir de 45 dias de vida, com intervalo de 21 a 30 dias entre as aplicações.

Apenas depois da última dose seu sistema imunológico estará apto a combater o vírus caso haja contato com ele. “A vacinação é a melhor forma de prevenção dessa e de outras doenças. Por isso é importante manter o calendário de vacinação em dias do animal, principalmente, as doses iniciais e o reforço anual”, finalizou o médico veterinário.


Médico Veterinário Henrique Borges explicou sobre os sintomas e cuidados que se deve ter com o animal que contraiu a doença (Foto: Diane Sampaio)