Política

Secretário diz que deputado se equivocou ao apontar intimidação

Chefe da Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública faltou à audiência e presidente da Assembleia pediu que ele comprove motivo da necessidade da ausência na reunião

O secretário estadual adjunto de Segurança Pública, Ellan Wagner Oliveira de Souza, disse nesta quarta-feira (3) que o deputado Jorge Everton (União Brasil) se equivocou ao apontar suposta intimidação do governador Antonio Denarium (Progressistas) por recusar a proposta para retirar a candidatura ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (ALE-RR) e apoiar a primeira-dama Simone Denarium. Para Everton, as declarações não fazem sentido (assista à sessão completa ao final da reportagem).

O chefe da Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) faltou à audiência. O secretário estadual de Segurança Pública, André Fernandes, justificou que a ausência foi porque o servidor público tinha uma audiência pré-agendada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR).

Por sua vez, o presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), solicitou que o chefe da Inteligência apresente documentação que comprove a necessidade de se ausentar da prestação dos esclarecimentos nesta quarta.


O secretário de Segurança Pública, André Fernandes, disse que jamais recebeu ordem do governador para intimidação (Foto: Reprodução)

No início da reunião, André Fernandes pediu que esclarecimentos mais detalhados fossem apresentados em sessão mais reservada, por envolver dados de inteligência. “Se for possível, claro, mas estamos aqui pra prestar todos esclarecimentos, sem esconder nada, nenhum fato”, disse. Sampaio pediu que os documentos de inteligência fossem encaminhados ainda hoje para a Casa.

Policiais em evento no interior

Sobre a presença de policiais em Rorainópolis, especialmente na Copa Jorge Everton de Futebol, Ellan disse que uma equipe do setor de inteligência foi ao interior para apurar informações da ocorrência de um crime e que, no dia do evento, como não tinha agenda profissional, foram ao local “porque não tinha muito o que fazer”.

Ele lembrou que os agentes foram reconhecidos pela equipe de Jorge Everton e se sentiram incomodados porque estavam sendo monitorados por ela. “Houve momento em que um fotógrafo que tava cobrindo o evento tirou uma foto da equipe, uma foto dissimulada, e o agente percebeu e passou a filmar após ser fotografado”, disse ele, ressaltando que Everton até admitiu ter pedido a filmagem, durante fala no palanque do torneio.

Por fim, disse que não havia nenhum acompanhamento político do evento e que foi surpreendido pelas acusações sobre intimidação ditas pelo deputado, incluindo a de que o chefe de Inteligência estava no mesmo voo que ele, enquanto voltava de Belém, onde participava do Parlamento Amazônico.

“Acredito que o clima hoje, devido a situações politicas que preferimos não se envolver, pode causar esse tipos de equívoco”, disse Ellan. “Até hoje, não tive apontamento de conduta errada da minha parte. O departamento de inteligência da segurança goza de grande prestígio de outras instituições”, completou.

Questionamentos

Deputados usaram a palavra para apresentar questionamentos, defender maior aprofundamento dos fatos e se solidarizar com o parlamentar. Ao secretário adjunto, Jorge Everton disse que ele tem sido “ludibriado” pelos acontecimentos e detalhou que, ao usar a palavra no evento em Rorainópolis, chamou a atenção que um dos policiais passou a filmar o seu discurso, “o que demonstraria estar preocupado com a situação”.

Sobre a caminhonete usada pelos policiais para ir à cidade, Everton disse que o veículo é de um policial e ele foi adquirido de uma empresa. Ele deu a foto do carro para Ellan aprofundar a investigação.

Jorge Everton disse que as declarações do secretário não fazem sentido e questionou os motivos pelos quais os policiais usarem um carro particular, em vez do que pertencia ao setor de Inteligência, já que estavam em missão.

“É muita coincidência em virtude de tudo o que a gente tá vivendo, uma equipe de três policiais e acima de tudo, policiais que filmam no momento que eu falo, estavam ingerindo bebida alcoólica, estavam em missão”, disse Jorge Everton, adiantando que vai pedir da corregedoria de polícia informações sobre ter conhecimento da ida dos agentes à localidade e ainda solicitar imagens do voo em que estava o chefe da Inteligência.

Assista à sessão completa

*Por Lucas Luckezie