Política

Queiroga visita evento que já realizou mais de 250 cirurgias em indígenas

Ministro da Saúde veio na companhia do novo secretário especial de saúde indígena, Reginaldo Machado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou nesta terça-feira (19), Dia do Índio, a ação Sesai Mais Saúde Indígena, no lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Norte de Roraima.

O Ministério da Saúde alocou mais de R$ 2,5 milhões para a realização do evento, organizado em parceria com o Governo de Roraima, com suporte da Organização Não-Governamental (ONG) Expedicionários da Saúde (EDS).

“Isso é um trabalho extraordinário. Poucos países do mundo que dão esse tipo de assistência às comunidades indígenas. Não é nem um favor, é um dever”, destacou o ministro.

A aeronave que transportou Queiroga e sua comitiva chegou à Terra Indígena com quase três horas de atraso em relação à programação prevista. Ele foi recebido por indígenas, almoçou com autoridades locais, visitou as salas de atendimento de saúde e conversou com lideranças indígenas de Roraima.

Ele veio ao Estado na companhia do novo secretário especial de saúde indígena, Reginaldo Machado.

Segundo o governador Antonio Denarium (Progressistas), a meta do evento é encerrar com mais de 500 procedimentos cirúrgicos.

“O que se destaca é que nós podemos, juntos, promover uma saúde de melhor qualidade, em especial para os indígenas”, destacou a secretária estadual de Saúde, Cecília Lorezom.

ONG que dá suporte ao evento realizou 250 cirurgias em cinco dias

A ONG EDS volta a realizar a mesma ação na Terra Indígena após dez anos. Desde sexta-feira (15), a força-tarefa mobiliza 85 profissionais de saúde, sendo 30 médicos, entre clínicos gerais e especialistas, como oftalmologistas e dentistas.

Em cinco dias, a EDS realizou mais de 250 cirurgias gratuitas diversas e cerca de 1,8 mil atendimentos aos indígenas da região. A programação termina no próximo sábado (23).

“A gente monta um verdadeiro hospital”, explicou o presidente fundador da ONG, Ricardo Afonso Ferreira, que destacou que só em cirurgias de catarata foram 90 até o momento.

Fundado em 2004, o grupo é financiado por empresas nacionais e internacionais, como a farmacêutica Pfizer. “Colaboramos financeiramente, mas também enviamos pessoas, médicos da Pfizer”, explicou. 

“São ações que mudam a vida das pessoas, cirurgias, consultas ginecológicas que chegam a pessoas que não têm acesso”.

Para organizar o atendimento, sobretudo, para os procedimentos cirúrgicos, a ONG envia uma equipe de triagem aos polos base de saúde da região, com o intuito de mapear pacientes que precisam de cirurgias.

Os indígenas são transportados de suas comunidades até ao “hospital” da ação. Ao chegar no local, eles são avaliados, encaminhados à fase pré-operatória. No dia seguinte, o paciente é operado, dorme na sala pós-operatória e recebe alta.

“Há um pequeno centro cirúrgico com capacidade para 70 procedimentos cirúrgicos por dia, nas mais diversas especialidades, como cardiologia, ortopedia, clínica geral, pediatria”, explicou o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei-Leste), Márcio Cavalcante.