CRISE

Apoio ao Governo Lula e suposta perseguição provocam debandada no PSOL-RR

Direção estadual do PSOL ainda não comentou o assunto. Partido perdeu nomes conhecidos como Fábio Almeida e Luis Oca

Apoio ao Governo Lula e suposta perseguição  provocam debandada no PSOL-RR

Cerca de 20 militantes assinaram uma carta de pedido de desfiliação coletiva do PSOL de Roraima. Os motivos incluem o apoio da sigla à política econômica do Governo Lula e supostas perseguições da comissão de ética nacional contra filiados.

Apesar das críticas, o grupo diz desejar que o partido retome a luta partidária classista. “Saímos e agradecemos a todos e todas que contribuíram direta e indiretamente com os projetos políticos do PSOL/RR, em particular aos camaradas que endossam a lista de desfiliação do partido”, diz a carta.

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A lista de desfiliação inclui nove membros da diretoria da sigla, como o primeiro-secretário de Comunicação, Fábio Almeida, que já disputou seis eleições (incluindo duas ao Governo de Roraima e uma à Prefeitura de Boa Vista), e o tesoureiro e fundador local Luis Oca, que já disputou oito pleitos pela sigla (inclusive duas para prefeito da capital).

Na opinião dos militantes, apoiar a política econômica de Lula “agride diretamente” o PSOL e representa “degeneração política que começa a colocar mandatos acima do programa partidário”. “Em virtude da política econômica manter princípios fiscalistas, cuja orientação central são princípios liberais, o combate a essa política é expressa em nosso programa, ferindo assim, o PSOL, nossa linha programática”, completam.

Os militantes ainda criticam suposta conivência da diretoria estadual contra uma filiada vítima de violência doméstica, que teria resultado em perseguição “companheiros do partido, com acusações infundadas, mentirosas e desrespeitosas”.

“A consolidação de inverdades proferidas por pessoas da direção estadual do PSOL, as quais sabem claramente o que ocorreu e como ocorreu. Mas, tiveram a coragem de construir narrativas, num processo orquestrado na comissão de ética para punir membros do partido que elaboraram uma minuta, contra o agressor, por decisão da direção estadual do PSOL, gestão encerrada em 2023.

O que diz o PSOL-RR

Procurado, o PSOL-RR lamentou a desfiliação coletiva e esclareceu que, no caso da decisão final da Comissão de Ética Nacional do PSOL sobre a denúncia contra um filiado de Roraima, ela “foi avaliada e votada em consenso, portanto a majoritária/maioria nacional e oposição/minoria nacional concordaram com documento, inclusive o grupo nacional que o Fábio Almeida compunha”.

Na nota, o partido revelou que a comissão pediu abertura de investigação contra Fábio Almeida e outro filiado da direção da sigla em virtude de relatos de testemunhas apontarem supostos casos de machismos, ameaças de morte, B.O. registrados e acusações levianas contra filiados.

“Toda abertura de investigação precisa ser apurada, debatida e sobretudo investigada. Nenhum processo foi atropelado, a Comissão de Ética Nacional inclusive com voto do próprio grupo do Fábio Almeida, o Fortalecer e da minoria nacional, deliberou para que o caso de investigação seja aberto para então verificar as acusações compostas nos depoimentos de testemunhas. Compreendemos que nenhum filiado/a é obrigado a permanecer no PSOL para prestar esclarecimentos e ajudar nas investigações da Comissão de Ética.”