Política

Prisão e soltura de Lula aumentaram adesões ao PT, diz vice-presidente

Vice-presidente do diretório estadual do PT, Titonho Beserra, disse que o crescimento da popularidade de Lula aumentou a demanda de novas filiações; partido fará campanha em RR nesta terça 

Condenação, prisão, soltura, anulação de sentenças. A cada novo episódio envolvendo o ex-presidente Lula, a procura por filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) aumenta. A avaliação é do vice-presidente do partido em Roraima, Titonho Beserra, em entrevista ao programa Agenda da Semana, apresentado pelo economista Getúlio Cruz, na Rádio Folha FM 100.3. 

Segundo Titonho Beserra, os impasses judiciais que o partido enfrentou com o seu líder fizeram com que aumentasse a procura por pessoas querendo se filiar em todo o país. “Quando caíram as condenações, aumentou em 40% o número de filiações”, explicou. Atualmente, o PT tem aproximadamente 2 milhões filiados em todo o país, dos quais 2 mil se concentram em Roraima”. 

Para aumentar este número, o diretório estadual fará uma campanha de filiações a partir desta terça-feira (13). O evento será híbrido (parte presencial, parte virtual) com a participação do vice-presidente do PT Nacional, Zé Geraldo. 

O encontro será realizado na sede do PT estadual, e deve contar com a militância e lideranças dos movimentos sindical, social e indígena, além dos dirigentes municipais. “Nossa intenção é mostrar para a população que o PT está de portas abertas, inclusive para quem tiver alguma pretensão de concorrer nas próximas eleições”, disse Titonho. 

Prioridades

Num cenário local, o Partido dos Trabalhadores afirma que as discussões sobre uma eventual candidatura majoritária, para Governo ou Senado, ainda é uma discussão embrionária. “Nossa prioridade é a eleição nacional, para deputado federal e estadual”, explicou o vice-presidente. 

Segundo Titonho, as discussões já iniciaram sobre quem o partido deve apoiar, entre o governador Antonio Denarium (sem partido) e a ex-prefeita Teresa Surita, para a eleição para o Governo do Estado, no entanto, ainda não há uma definição.

“O debate está fervendo dentro do partido, não oficialmente, mas vamos começar estas conversas com o Zé Geraldo [vice-presidente do PT nacional]. Este assunto já foi colocado para a [diretoria] nacional, e vamos ter que analisar. Mas a minha posição pessoal é que o partido não pode ficar em cima do muro”, pontuou Titonho.

Renovação 

Uma das críticas ao PT é a dificuldade de renovação. Na avaliação de Titonho, esta é uma discussão que não pode ser adiada, considerando que Lula já tem 75 anos. “O tempo passa e a gente vai sendo superado pelas forças da natureza. O partido tem que pensar nisso seriamente a partir de agora”, disse.

O petista disse que o partido já tentou flertes com Ciro Gomes (PDT), mas sem sucesso, pois este teria se declarado inimigo de Lula. Titonho também mencionou uma história promissora com o finado Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo há sete anos, e disse que a paixão mais recente seria o governador do Maranhão, Flávio Dino, que recentemente se filiou ao PSB. “O PT tem a preferência de 22% da população enquanto partido. Em contrapartida, 59% da população não quer partido nenhum. O fato é que nós temos que derrotar essa onda de fascismo que vivemos”, concluiu.