CRISE VENEZUELA X GUIANA

Prefeito mostra fluxo normal na fronteira entre Brasil e Guiana

Imagens são publicadas em meio à ameaça do ditador venezuelano Nicolás Maduro de disputar mais de 70% do território guianense

Prefeito mostra fluxo normal na fronteira entre Brasil e Guiana

O prefeito de Bonfim, cidade que faz fronteira com a Guiana, divulgou um vídeo que mostra movimentação normal na fronteira entre Brasil e o País vizinho. As imagens são publicadas em meio à ameaça do ditador venezuelano Nicolás Maduro de disputar mais de 70% do território guianense.

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No vídeo, Joner Chagas aparece dentro de um carro descrevendo o caminho de Bonfim para Lethem (cidade da fronteira da Guiana com o Brasil) pela rodovia federal BR-401. “Tá normal aqui em Bonfim, não tem pressão venezuelana aqui não. Há sim uma preocupação de comentários. Existe também muitas fake news“, destacou.

Ao cruzar a fronteira, ele constata que não há “movimento diferente” por lá. “O desenvolvimento da Guiana também é desenvolvimento do nosso Município de Bonfim e do Estado de Roraima”, enfatizou.

O vídeo mostra, logo na entrada do País vizinho, uma placa em inglês “Essequibo pertence à Guiana”, e finaliza exibindo movimentação normal no comércio de Lethem, frequentemente procurado por consumidores brasileiros da fronteira.

Placa após a ponte da fronteira entre Brasil e Guiana expressa: “Essequibo pertence à Guiana” (Foto: Divulgação)

Tensão

No domingo (3), a Venezuela aprovou por 95% a anexação do território de Essequibo – sob domínio da Guiana desde o século 19 quando o país era colônia britânica – ao país venezuelano. A área de quase 160 mil quilômetros quadrados corresponde à maioria do território guianense.

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A Guiana diz ser dona da área a partir de um laudo de 1899 que estabelece as atuais fronteiras. A Venezuela, por sua vez, diz que o território é seu devido a um acordo de 1966 feito com o Reino Unido, antes da independência guianense, em que esse laudo foi anulado.

Depois que a companhia americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo em 2015, o assunto voltou à tona. O caso está na Corte Internacional de Justiça (CIJ), conhecida como Tribunal de Haia.

O exército venezuelano, para tomar o território, precisaria passar pelo Brasil e percorrer em torno de 150 quilômetros para chegar à Guiana, passando inclusive por Pacaraima e Bonfim. Em um trecho dessa mesma rota terrestre, o Exército Brasileiro já instalou um acampamento para reforçar a segurança na região. As Forças Armadas, inclusive, autorizaram o envio de dezenas de veículos blindados e de mais militares para Roraima. O Brasil defende uma solução pacífica para o conflito.