Política

Mulheres têm mais espaço na política porém poucas são eleitas

Representando Roraima nos poderes legislativo e executivo, somente 10 mulheres estão presentes em prefeituras, Assembleia e Congresso Nacional

Apesar de ser maioria da população, a mulher ainda é uma minoria também nos espaços de poder. De acordo com o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos.

Elas passaram a atuar na política brasileira quando o Código eleitoral de 1932 autorizou, há 90 anos, o voto feminino. Na mesma época, uma mulher, Carlota Pereira de Queirós, foi eleita deputada em São Paulo.


Helena Lima é a única deputada federal de Roraima. (Foto: divulgação)

Atualmente, das 15 prefeituras municipais de Roraima, somente quatro são ocupadas por mulheres. Na Câmara Legislativa do estado, de 24 cadeiras, apenas 5 são delas. No Congresso Nacional, a única mulher que representa o estado é a deputada federal Helena Lima.

“Me sinto muito honrada por ter sido escolhida para representar a população de Roraima. Eu tenho consciência da responsabilidade de ser a voz feminina que trabalha por leis e políticas públicas que incluam as mulheres e defendo que sejamos mais, em todos os espaços de poder”, destacou Helena Lima, que tem defendido a capacidade e a força feminina.

Bancada feminina
A bancada feminina Assembleia Legislativa de Roraima encolheu nas eleições do ano passado. Em 2019, início da atual legislatura, eram 7 deputadas e, a partir de janeiro deste ano, foram somente cinco são mulheres: Joilma Teodora (Podemos), Tayla Peres (Republicanos), Aurelina Medeiros (Progressistas), Catarina Guerra ( União Brasil) e Angela Águida Portella (Progressistas).

As deputadas Lenir Rodrigues, Yonny Pedroso e Betania Almeida não se reelegeram. Lenir e Betânia não alcançaram coeficiente. Yonny saiu candidata a deputada federal e desistiu da campanha durante o processo por desavenças com a direção do partido PL.


Aurelina Medeiros, Angela Águida Portella, Joilma Teodora, Catarina Guerra e Tayla Peres. (Foto: montagem/Nilzete Franco/FolhaBV) 

Durante a sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, desta quarta-feira (08), a procuradora especial da Mulher e presidente da Comissão de Defesa da Mulher, da Criança, do Adolescente e Ação Social, deputada Joilma Teodora (Podemos), falou da missão de carregar a responsabilidade de conduzir o programa de acolhimento e atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

O Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), o ZapChame e o Núcleo Reflexivo Reconstruir fazem parte da Procuradoria Especial da Mulher. Para atendimento, o programa conta com profissionais capacitados e qualificados nas áreas jurídica, social e psicológica. Joilma Teodora acredita que mais à frente os índices de violência contra mulher se reduzirão, principalmente se houver mais união entre os órgãos competentes. “Podem contar com esta Casa. Aqui se tem vontade de fazer um trabalho decente.”

Na ocasião, a desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral Elaine Bianchi sugeriu mais participação política das mulheres. “Somos 53% do eleitorado brasileiro. Aqui, na Casa de representantes do povo, só temos 20%. O que acontece?”, questionou.

Prefeitas
Nas últimas eleições municipais de 2020, Roraima elegeu quatro mulheres à prefeitura de Amajari, Caracaraí, Mucajaí e São João da Baliza: Núbia Lima (MDB), Diane Coelho (SOLIDARIEDADE), Eronildes, conhecida como Dona Nega (PL) e Luiza Maura (SOLIDARIEDADE). Elas foram eleitas com média de 44,28% dos votos totais entre os quatro municípios.


Luiza Maura, Núbia Lima, Dona Nega e Diane Coelho, respectivamente. (Foto: montagem/Nilzete Franco/FolhaBV)