Política

Marcelo Cabral e Jorge Everton são expulsos do MDB

A expulsão teria sido motivada em razão de desentendimento entre o partido e os filiados, nas últimas eleições para a Prefeitura de Boa Vista (PMBV).

Os deputados Marcelo Cabral, líder do governo na Assembleia Legislativa (ALE-RR) e Jorge Everton foram expulsos do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Roraima. A informação consta na lista de filiação partidária registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e já havia sido antecipada pela coluna Parabólica.

A expulsão teria sido motivada em razão de desentendimento entre o partido e os filiados nas últimas eleições para a Prefeitura de Boa Vista (PMBV). O candidato do partido em Roraima era o atual prefeito Arthur Henrique (MDB). Porém, os deputados Marcelo Cabral e Jorge Everton apoiaram como candidato a prefeito o deputado federal Ottaci (Solidariedade), assim como grande parte dos parlamentares da Assembleia Legislativa.

Segundo informações obtidas pela FolhaBV, Marcelo Cabral havia se filiado em outubro de 2013 e desfiliado do partido no dia 13 de maio. Já Jorge Everton teria se filiado ao partido em setembro de 2013 e desfiliado na mesma data.

O deputado estadual Jorge Everton se pronunciou sobre o caso, mas informou que ainda não sabe qual partido irá se filiar. 

Confira a nota na íntegra:

O deputado estadual Jorge Everton vem a público, por meio dessa nota, informar que apesar de não concordar, respeita a decisão do MDB Roraima em expulsá-lo. Mas que tem certeza absoluta que honrou as diretrizes da sigla durante todo o tempo na Assembleia Legislativa de Roraima.

Por esse motivo, o parlamentar questiona a forma que a decisão foi tomada pela cúpula do partido. Segundo Jorge Everton, ele não aceitou a imposição do partido em apoiar o candidato Arthur Henrique, do MDB, por não concordar e não acreditar nele como Gestor devido à falta de experiência e por não possuir uma história de vida para tal cargo. Diante disso, o partido se voltou contra ele na missão de excluí-lo definitivamente do quadro de filiados, desrespeitando sua liberdade de opinião, de pensamento e de manifestação.

“Como parlamentar estadual, tive a oportunidade e fui indicado pelo próprio partido para exercer a liderança do MDB. Registro aqui, com consciência tranquila, que a minha fidelidade ao MDB foi incontestável. Minha história com o partido não é de hoje, desde o curso de direito, ainda no movimento estudantil do Estado de Sergipe, tive o antigo “PMDB” como referência das lutas, das classes populares, dos funcionários públicos e da justiça social.

Certo da minha idoneidade e transparência perante tudo que fiz e faço pelo povo roraimense, sigo com a cabeça erguida e convicto de que tenho tomado as decisões mais corretas durante meu mandato. O deputado salienta ainda que conforme entendimento do STF tal decisão partidária em nada interfere no pleno exercício de seu mandato parlamentar.

A FolhaBV também entrou em contato com o deputado Marcelo Cabral. Confira a nota na íntegra:

O deputado estadual Marcelo Cabral, que está no seu quarto mandato consecutivo, lamenta a decisão da Direção Regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em Roraima, que de forma unilateral tomou a decisão de excluí-lo da sigla.

Marcelo Cabral destaca que em mais de dez anos de filiação ao partido contribuiu de forma decisiva para o crescimento da sigla no Estado, ajudando a eleger um Senador, dezenas de vereadores e prefeitos, incluindo a capital, Boa Vista. 

O deputado destaca ainda que liderou a formação de vários diretórios municipais, ajudando de forma significativa na transformação do partido em um dos mais fortes de Roraima.

O parlamentar lamenta a decisão, que desrespeita não só a ele, mas aos seus eleitores e companheiros que o acompanharam durante todos esses anos, e diz que a atitude é arbitrária, autoritária e desrespeita a livre manifestação de liberdade, de pensamento e de opinião, o que lamentavelmente, representa o atual momento do MDB em nível estadual.

O parlamentar lembra ainda que o MDB, uma sigla que sempre teve uma participação ativa na Assembleia Legislativa do Estado, vai ficar sem nenhum representante no legislativo estadual, o que representa um atraso para o partido em Roraima.

Por fim, o deputado tranquiliza seus eleitores, afirmando que um partido é importante, porém, ter um grupo político formado, sólido e unido por Roraima, está acima de posição ou imposição partidária. 

Ele conclui afirmando que vai continuar trabalhando diariamente para que Roraima possa se tornar um Estado produtivo e independente, para se libertar dos que querem o Estado sobre a dependência de “coronéis” que se acham donos de Roraima. 

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