O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar a conduta do governador Antonio Denarium (Progressistas) ao sugerir a aculturação de indígenas, durante entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Para a Secom (Secretaria Estadual de Comunicação), no entanto, as declarações foram tiradas de contexto (leia a nota completa ao final da reportagem).
Segundo o MPF, as falas têm potencial discriminatório e são passíveis de responsabilização cível e criminal. O alvo da operação é o trecho da seguinte fala: “Eles [indígenas] têm que se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho.” A afirmação ocorreu quando o governador respondia sobre os projetos que o governo estadual mantém na Terra Indígena Yanomami.
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O procurador Alisson Marugal entende que as declarações de Denarium, além de ofenderem a imagem coletiva dos yanomami, ao rotulá-los como “bichos”, expressam opinião depreciativa que concluiria “que os povos indígenas não podem viver seu modo de vida tradicional.”
O MPF instaurou inquérito para apurar a responsabilidade cível do Governo de Roraima e encaminhou o documento ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem caberia a apuração criminal de conduta e denunciar o governador junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), corte competente para analisar o caso.
Nota completa da Secom
“A Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima informa que recebeu com estranheza a citação, já que as informações repassadas pelos governador foram tiradas do contexto na matéria veiculada.
Em momento algum o governador fez qualquer citação discriminatória em relação ao povo Yanomami e o desejo pela melhoria da vida das pessoas e o desejo de qualquer pessoa que valoriza a dignidade de indígenas ou não.
O Governo do Estado reafirma o compromisso constitucional de atuar dentro da legalidade e trabalhando pelo desenvolvimento de Roraima e da sua gente.”
