Política

Funai pede medidas urgentes para proteção territorial Yanomami

Em audiência pública nesta quarta-feira (29), no Senado, a presidente da Funai, Joênia Wapichana falou da necessidade de proteção territorial, da desintrusão de garimpeiros e da aplicação correta de recursos

A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, apontou medidas urgentes para a Terra Indígena Yanomami, nesta quarta-feira (29), em audiência pública com a comissão do Senado que acompanha ações na região. Na oportunidade, a presidente pediu proteção territorial, desintrusão de garimpeiros e aplicação correta de recursos. 

O evento teve como tema “A visão do Poder Executivo Federal sobre a crise na Terra Indígena (TI) Yanomami: causas e possíveis soluções de curto, médio e longo prazo”. Ao longo da audiência, Joênia apresentou o aumento das invasões na TI e das áreas de garimpo, além da desestruturação da assistência de saúde indígena, falta de políticas públicas para a proteção desses povos e as causas da tragédia anunciada. 

“[É preciso] superar esse quadro, o desmatamento, a destruição dos ecossistemas, a contaminação do solo, da água, o assoreamento dos rios, a diminuição da população dos peixes, a contaminação de peixes por mercúrio, a diminuição da roça”, destacou.

A presidente da Funai também desmentiu fake news de que a crise teria sido originada devido a “uma suposta incapacidade produtiva dos Yanomami”.

“Ao contrário, com sua Terra e seus recursos naturais preservados, e acesso à saúde, os Yanomami sempre conservaram boas condições de vida. Inclusive a demarcação da Terra foi o que assegurou a vida desse povo. Essa tragédia também não é causada pela imigração de indígenas venezuelanos em situação de vulnerabilidade. Nenhum órgão oficial registrou a presença de refugiados entre as pessoas desassistidas”, ressaltou.

Da parte da saúde, a presidente ressaltou preocupação com o aumento de doenças infectocontagiosas e da contaminação por mercúrio, da desestruturação das comunidades e do tráfico de drogas. Da parte da fiscalização das leis, afirmou que o rastro do ouro precisa ser revisto e acabar com a boa-fé, que possibilita a compra do ouro sem o certificado de origem.

Audiência
A audiência foi organizada pela Comissão Temporária Externa para acompanhar a situação dos Yanomami e a saída dos garimpeiros da TI. A reunião continuará na quinta-feira (30), com as presenças de representantes dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além de dirigentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).