Política

Empresários buscam alternativas de para facilitar comércio

Negociações ainda demoram por falta de apresentação de projetos de engenharia que possam melhorar estradas e transportes

As negociações comerciais entre Brasil e Guiana se tornaram cada vez mais próximas conforme a intensificação de reuniões entre representantes dos países. A atenção está maior com o início da exploração do petróleo no país vizinho a partir de janeiro do ano que vem, conforme garantiu o presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana, Remídio Monai.

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3 neste domingo, 26, o ex-deputado afirmou que ainda há diversos entraves para que os investimentos brasileiros sejam feitos junto ao país guianense, entre elas, a falta de um projeto de engenharia para a construção de estradas que possam fazer a ligação entre Lethen a Linden.

“O governo federal, a princípio, não sinalizou a possibilidade de dar continuidade a um memorando de intenções que o ex-presidente [Michel Temer] assinou no ano passado, de que o Brasil iria dar o projeto dessa estrada, de aproximadamente 300 quilômetros. Estamos buscando esse apoio porque entendemos como Brasil explorando o petróleo por lá”, disse.

Durante um encontro recente com a Embaixada da Guiana, foi debatido ainda ações de implantação de fibra óptica para acesso à internet no território guianense. Monai frisou que há uma série de interesses para que aumente a mão de obra especializada no local, mas que por conta das limitações, estão sendo feitas conversas com o Sistema S para oferta de cursos de idiomas em inglês.

Para ele, uma das grandes expectativas é tirar do papel o Acordo de Transporte Passageiro e Carga entre os dois países. “O que está faltando é uma empresa seguradora brasileira que ofereça essa extensão de perímetro para a Guiana. Não surgiu ainda porque a estrada é muito ruim e o fluxo é pequeno, então a seguradora não está vendo uma viabilidade para isso”, frisou.

Com os empresários guianenses, o interesse está sendo cada vez maior, de acordo com o presidente da Câmara, que visualiza o relacionamento como um meio de aumentar a possibilidade de somar forças e trazer produtos do Caribe, Estados Unidos e China. É debatida ainda a possibilidade de aumentar o número de voos de Boa Vista para o país vizinho, porém, o custo para uma empresa aérea de pequeno porte ainda inviabiliza os planos.

“Atualmente são três voos regulares diários, então há demanda. A principal dificuldade é que o Aeroporto Internacional de Boa Vista cobra um taxa de US$ 1.983, ou seja, aproximadamente R$ 8 mil só para tocar o solo. Para as empresas grandes, não têm o interesse, mas para uma empresa pequena, é inviável”, destacou e disse estar buscando ações com o governo do estado e deputados federais para medidas em relação a esse ponto.

Outro ponto debatido pelo ex-deputado a isenção de passaporte para ir até a Guiana e também o livre acesso com o veículo para chegar à Georgetown. 

“Pedimos também a sincronização dos horários de funcionamento da Receita Federal e da Polícia Federal na fronteira, porque o ideal seria que a fronteira ficasse aberta das 6h até às 22h. Hoje, nosso lado está em horário comercial e a Guiana está funcionando das 7h às 19h, então queremos que fiquem sincronizados com o horário guianense”, completou.