Política

Desvio de recurso da ALE é alvo da operação do MP

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e móveis e imóveis dos investigados

O desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) foi alvo da Operação Royal Flush, deflagrada pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Roraima (MPRR). A ação, executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco), também contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional.

Ao todo, segundo o MP, estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados. A decisão foi proferida pelo magistrado Luiz Fernando Castanheira Mallet, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

“A operação está relacionada à investigações do MPRR sobre fraudes em processos licitatórios, contratos administrativos, lavagem de dinheiro e Organização Criminosa”, destacou o órgão, em nota.

Além do presidente da ALE, deputado Jalser Renier, a operação também tem como alvos a esposa dele, Cinthya Gadelha; Cristiano Pontes Thomé; Vanira Wanderley Gadelha; Carlos Olímpio Melo da Silva; Elísia Martins e Anacleto Martins, além das empresas C.V. Derivados de Petróleo – Auto Posto Princesa Isabel e Martins & Padilha Serviços Ltda.

O MP conta que as investigações foram iniciadas a partir de uma delação premiada homologada pelo Tribunal de Justiças. As informações apontavam para suposto desvios de contratos licitatórios feitos por servidores da ALE em favor do parlamentar, pela apreensão de documentos e relatórios técnicos confeccionados por auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“Durante as investigações ainda foi apreendida na casa da então presidente da CPL da ALE na época, Verona Sampaio, presa na Operação Cartas Marcadas e condenada pela Justiça, uma agenda com a contabilidade de pagamentos dos valores desviados pagos diretamente ao parlamentar”, relatou o órgão.

A partir das informações coletadas, os investigadores realizaram uma série diligências, além de solicitar a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados. O compilado dos dados apontou para a existência de movimentações financeiras atípicas por parte dos envolvidos no caso.

O MP investiga ainda a suposta prática do crime de obstrução de Justiça, uma vez que, segundo os investigadores, o presidente da ALE buscou informações nos órgãos de controle sobre a existência de eventual mandando de prisão expedido contra ele.

SOBRE A OPERAÇÃO – O nome da operação (Royal Flush) faz alusão a melhor jogada no jogo de Poker, consistente na sequência de Ás, Rei, Dama, Valete e Dez do mesmo naipe, sendo que um dos investigados era acostumado a prática de apostas com altos valores.

OUTRO LADO – Sobre a operação, a Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima (Supcom ALE-RR) ressaltou, em nota, está disponível para prestar todas as informações solicitadas pela Justiça.

“A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima informa que na manhã desta quarta-feira , 2, atendeu ao cumprimento de uma decisão judicial de busca e apreensão de documentos relacionados a processos administrativos”, disse.

A Supcom ALE esclareceu ainda que a documentação recolhida pelos investigadores do MP diz respeito a processos administrativos datados dos anos de 2013 e 2014, os quais já estavam em posse do órgão desde meados de 2016.