Política

Deputada denuncia na Tribuna morte de menina yanomami de 12 anos 

O caso foi denunciado na Folha pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami (Condisi/ Yanomami), Junior Hekurari,

Na Tribuna da Câmara Federal, durante os breves comunicados, nesta terça-feira, 26, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede), denunciou mais um ato de violência contra indígenas Yanomami, provocado por garimpeiros ilegais. 

Segundo a parlamentar, uma menina de 12 anos foi vítima de estupro e morte, conforme denunciou o presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami (Condisi/ Yanomami), Junior Hekurari, na noite de ontem, segunda-feira, 25.  A denúncia foi encaminhada às autoridades. 

Ao mencionar o caso, a deputada Joenia questionou na Tribuna os casos de violência que vem ocorrendo contra os povos indígenas do Brasil. “Hoje, novamente, os jornais estampam notícias de terror que estão acontecendo com os povos indígenas. Não muito longe, não é na Ucrânia e na Rússia, mas aqui no Brasil”, disse.  

“Uma menina de 12 anos morreu, após ser estuprada por garimpeiros ilegais. Até quando vamos banalizar uma situação como essa, presidente?”, perguntou a presidente da sessão.  

“O que resta fazer, qual resposta que daremos para o povo Yanomami, aqui, neste parlamento, diante dessa barbárie”, questionou.  

Denúncia

O caso da menina de 12 anos estuprada e mais uma criança de 4 anos que está desaparecida foi denunciado nesta segunda-feira, 25, pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami (Condisi), Junior Hekurari, em vídeo circulado nas redes sociais e amplamente divulgado na imprensa.       

A deputada, ao prestar solidariedade ao povo Yanomami, disse que é uma vergonha por não ter nenhuma resposta à altura diante da situação. Cobrou proteção e retirada de todos os invasores da terra indígena.  

“É necessário proteção das terras indígenas e retirada de todos os invasores, dali”, disse ao lembrar do processo de retirada de mais de 40 mil garimpeiros nos anos de 80 e 90, da Terra Indígena Yanomami.  
Também cobrou punições mais severas para os casos de invasões, de fazendas que dão suporte à grilagem, garimpo e outras invasões. “Não podemos ser coniventes diante dessa violência”, frisou.