Política

Comissão Externa para crise Yanomami vem a Roraima nesta quinta (13)

A informação foi dada pelo senador Hiran Gonçalves (PP), durante entrevista à Rádio Folha 100.3

A Comissão Externa temporária criada pelo Senado Federal para acompanhar a crise Yanomami, virá a Roraima nesta quinta-feira (13) para cumprir uma extensa agenda e divulgação parcial dos trabalhos. A previsão é de que os senadores componentes da comissão acompanhem a situação em várias comunidades de Boa Vista.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana deste domingo (09), o senador falou sobre a comissão e o que considera diante da crise sanitária vivenciada pelos indígenas Yanomami. Durante a conversa com a comunicadora Cida Lacerda, ele destacou que o grupo de senadores irá até a região de Surucucu, Homoxi e Waikas nos próximos dias, além de visitar as unidades de saúde em Boa Vista que oferecem suporte aos Yanomami.

“Vamos almoçar lá, no Surucucu, depois vamos vir para Boa Vista. Vamos à Casa de Saúde do Índio, Casai. […] Vamos ao Hospital de Campanha, Hospital da Criança, depois ao Hospital Geral, ver a estrutura que o hospital preparou para atender. Também tem uma  audiência pública no auditório da Polícia Federal, e é mais ou menos isso”, detalhou Hiran Gonçalves. 

O senador não garantiu a presença de todos os oitos senadores. Esta será a primeira viagem oficial da comissão do Senado para ver a crise indígena Yanomami anunciada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro deste ano. 

Conforme o senador, a comissão irá avaliar o que aconteceu para gerar a crise, a logística de retirada dos garimpeiros e a de suporte aos Yanomami realizada pelo Ministério da Defesa, desde a demarcação da reserva indígena, além de fazer proposições a curto, médio e longo prazo. Para ele, enquanto relator, não basta a destinação de fundos para a preservação ambiental. 

Senador contesta informações divulgadas pelo Governo Federal


Hiran Gonçalves foi um dos entrevistados do Agenda da Semana, da Folha FM 100.3. (Foto: reprodução/YouTube)

De acordo com o senador Hiran Gonçalves, a forma como o garimpo estava ocorrendo na região da Terra Indígena Yanomami era contra a lei, por outro lado ele contestou os problemas apontados pelos indígenas e apoiadores, além do Governo Federal, porque, conforme ele, a reserva Yanomami estaria 96% preservada, além de que a população teria crescido, conforme apresentou o Censo Demográfico divulgado recentemente.

“Quando a gente vai daqui para Surucucu, na direção Oeste do nosso estado, ao longo dos rios no baixo Mucajaí e alto Mucajaí. Depois a gente vê o Catrimani, Couto Magalhães, depois desses rios vai vendo os garimpos. Mas, graças a Deus, você vai olhando para a direita, a imensidão da floresta é uma coisa impactante”, disse, ao afirmar ainda que o massacre de Haximu, supostamente ocorrido em 1993, também teria sido produto de “uma narrativa muito bem contada, pois nenhum cadáver teria sido encontrado”. 

O senador falou ainda sobre preocupação com o impacto social nos municípios de Roraima, principalmente nas regiões que foram pontos de saída dos garimpeiros e comentou diversos pontos sobre debates indígenas, agropecuária e senado. Toda a entrevista pode ser acessada no canal Folha FM 100.3, no YouTube, ou logo abaixo.