Polícia

Venezuelanas dizem que são obrigadas a se prostituir

Duas mulheres de origem venezuelana, uma de 40 e outra de 20 anos, procuraram o Plantão Central da Polícia Civil, no fim da noite da quinta-feira, dia 26, para informar que foram vítimas do crime de tráfico internacional de pessoas. Elas relataram à Polícia que foram recrutadas por um indivíduo conhecido como “Carlos”, que é dono de um estabelecimento comercial que fica na esquina das ruas N-11 e S-15, no bairro Pintolândia, zona oeste da Capital. Desde que chegaram a Boa Vista, no último dia 20, foram obrigadas a se prostituir para sobreviver.

Segundo as duas mulheres, quando o indivíduo entrou em contato com elas, ofereceu emprego e garantiu que elas teriam moradia e alimentação, mas assim que chegaram tiveram uma conversa com o homem e, na ocasião, ele esclareceu que não tinha emprego formal, em vez disso, teriam que se prostituir tanto nas ruas quanto no ponto comercial e que todo o lucro deveria ser entregue a ele.

De acordo com as vítimas, o indivíduo argumenta que elas têm uma dívida em real com ele, por conta da alimentação, moradia e transporte e que diariamente precisavam prestar contas. Cansadas da rotina e das ameaças, elas conseguiram fugir da residência e pedir ajuda na Delegacia. Inclusive, comunicaram no Boletim de Ocorrência (B.O) que uma amiga é mantida em cárcere privado, sendo supervisionada a todo instante pelo elemento.

As venezuelanas solicitaram apoio da Polícia para voltarem à casa do suposto cafetão, onde deixaram seus pertences. Além disso, querem libertar a amiga que não conseguiu fugir junto com elas.

O caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para que a autoridade policial inicie as investigações e tome providências quanto aos fatos narrados pelas mulheres. Até o fim da tarde de ontem, dia 27, o suspeito do crime não havia sido preso. (J.B)