Polícia

Travesti rouba e joga produto químico nos olhos da vítima

Usando óculos escuros, pescador disse que corre o risco de ficar cego, apesar de não sofrer mais com as dores

Na tarde dessa quarta-feira, 9, um pescador, do qual será preservada a identidade, chamou a Folha até sua casa, no bairro Santa Tereza, para relatar que foi vítima de um crime cruel. Ele contou que no dia 17 de dezembro do ano passado, retornava para sua residência, seguindo pela Avenida Ataíde Teive, no bairro Sílvio Leite, quando precisou reduzir a velocidade para fazer uma conversão e foi atacado por um travesti.

A vítima relatou que estava sozinha na moto e não teve como se defender porque o assaltante saltou na garupa do veículo, pediu que não reagisse, senão seria ferido, e jogou um pó em seus olhos. Assim que o produto teve contato com os olhos da vítima, toda sua visão ficou turva. O pescador disse que caiu e o travesti tomou seu aparelho celular e a carteira, para ver se tinha algum valor em dinheiro. Depois disso, o bandido fugiu.

A carteira foi descartada, mas o celular foi levado pelos criminosos. A vítima contou que só não foi ferida porque outro travesti pediu que o assaltante não usasse qualquer arma. O homem revelou que o bandido era brasileiro, alto, magro e moreno e correu para uma rua nas proximidades.

“Somente com a visão que me sobrou no canto de um dos olhos eu consegui catar a chave da moto e a carteira e cheguei em casa me guiando pela luz dos postes de energia. Eu quase não consegui chegar. Já em casa, lavei meu rosto e passou a arder demais e eu senti dores insuportáveis. Meus filhos me levaram ao hospital onde recebi medicamento para passar a dor e o médico receitou um colírio e uma pomada”, explicou.

Usando óculos escuros, o pescador disse que corre o risco de ficar cego, apesar de não sofrer mais com as dores. Ele revelou que não consegue ler e enxergar como antes. “Passei dois dias com os olhos fechados e de lá para cá já passei por sete oftalmologistas”, acrescentou.

Por fim, o homem esclareceu que no mesmo dia em que esteve no hospital, o médico confidenciou que outros quatro pacientes já tinham dado entrada com o mesmo problema. “Da última vez em que eu conversei com o médico que me atendeu no HGR, que é quem me acompanha hoje, ele disse que até o momento pelo menos dez pessoas foram atendidas como vítimas do mesmo crime, inclusive, uma delas ficou cega”, destacou.

A vítima alerta para que condutores de motocicletas não conduzam os veículos nas proximidades da “Mangueira” em baixa velocidade porque correm o risco de serem atacados. Os criminosos usam uma espécie de pó ácido para cessar a visão das vítimas, com o objetivo de roubá-las. O caso foi registrado no 5º DP e o pescador aguarda investigação da polícia. (J.B)