O venezuelano J. A. C. T., 30 anos, vulgo “Caliche”, suspeito de matar o comerciante Djalma Alves Lobo, de 57 anos, foi preso nesta quinta-feira, 5, em via pública, no bairro Pricumã. A vítima foi assassinada em seu estabelecimento comercial, no município de Pacaraima no dia 24 de novembro de 2021.
As investigações foram realizadas pela Polícia Civil, por meio dos agentes do 5° Distrito Policial, escalados no Grupo de Resposta Imediata (GRI). Além de investigadores das Delegacias de Alto Alegre e de Pacaraima, sob a coordenação da Delegada Cândida Alzira Bentes de Magalhães, titular do 5º DP.
Segundo as investigações e tendo em vista o relato de testemunhas, o comerciante estava prestes a fechar as portas de seu estabelecimento, quando lá apareceram dois indivíduos de nacionalidade venezuelana, os quais já haviam estado no local momentos antes perguntando preços de bebidas e então anunciaram o roubo desferindo na vítima um único golpe de faca na região torácica frontal, o suficiente para perfurar o pulmão esquerdo, levando à intensa hemorragia e a morte de Djalma, horas depois, apesar de ter sido socorrido para hospital em Boa Vista.
À época, o crime gerou enorme comoção social na cidade fronteiriça, motivando protestos de moradores e de comerciantes brasileiros contra cidadãos venezuelanos, inclusive com o deslocamento de um forte aparato de segurança para a região.
As investigações apontaram a participação de, ao menos, dois indivíduos venezuelanos na prática direta do crime, sendo eles identificados e reconhecidos formalmente por testemunhas, tendo sido representadas e decretadas judicialmente suas prisões preventivas.
Vale ressaltar que “Caliche” já ostenta antecedentes policiais e judiciais no Brasil, inclusive segue processado à revelia haja vista nunca ter sido encontrado para responder a duas ações penais, uma por furto qualificado (2019) e outra por tráfico de drogas (2020), ambas em trâmite na Comarca de Pacaraima. Após a prática de seus crimes na fronteira, “Caliche” fugia com parte de seu bando para a cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, onde mora atualmente.
Monitorado pelos investigadores desde que chegou em Boa Vista, há menos de um mês, seu deslocamento teve o objetivo de prestar auxílio material na área de saúde a um integrante de seu bando que fora vitimado gravemente, na Venezuela, por disparos de arma de fogo, vindo este a ficar em estado de paraplegia. Uma vez na capital, “Caliche” passou a viver temporariamente na rua na companhia de sua esposa grávida de 3 meses. Indagado sobre o crime de latrocínio, o mesmo negou participação, apesar de ser bastante evasivo nas respostas.
Após preso sem qualquer intercorrência, “Caliche” foi submetido a exame de integridade física no Instituto Médico Legal e entregue na Custódia da Polícia Civil a fim de ser levado posteriormente à audiência de custódia que deliberará sobre a homologação da respectiva prisão. Por fim, impõe destacar que as investigações seguem para capturar o segundo suspeito já identificado.
