Uma descarga elétrica de poraquê, peixe típico da bacia amazônica, é apontada como a causa da morte de dois índios na noite de quarta-feira, durante uma pescaria em um lago na comunidade do Teso do Cruzeiro, na região do Baixo Cotingo, em Normandia, município a 190 quilômetros da Capital pela BR-401, Leste de Roraima.
O tuxaua da comunidade, o macuxi João Caetano Paulino, 32 anos, irmão de uma das vítimas, relatou à Folha, ontem à tarde, na porta do Instituto Médico Legal (IML), que os dois pescadores foram tirar um malhador que havia engatado nas galhadas à beira do lago.
“Foi quando meu irmão e o outro mergulharam para baixo da igapó [vegetação típica de rios e lagos da Amazônia]. Então, a gente acredita que eles levaram o choque do poraquê, desmaiaram e morreram afogados. Tem muito poraquê naquela região”, comentou o tuxaua.
O poraquê pode chegar a três metros de comprimento e pesar até 30 quilos. Também é conhecido como enguia e é capaz de gerar até 1.500 volts, energia suficiente para matar um cavalo.
Os corpos das vítimas, Mauro Caetano Paulino, de 34 anos, e Ronildo da Silva Leite, de 33, foram removidos ontem à tarde ao IML, mas, até o encerramento desta matéria, às 17h30, os médicos legistas ainda tentavam descobrir se os dois índios morreram afogados ou eletrocutados. (AJ)
Polícia