OUTRO LADO

Policiais contestam versão de empresário que afirma ter sido agredido por guarnição

Conforme testemunha ouvida pela guarnição, não teria tido tentativa de assalto contra o empresário

As agressões feitas pelo empresário teriam deixado o outro homem com fratura grave na cabeça (Foto: Reprodução)
As agressões feitas pelo empresário teriam deixado o outro homem com fratura grave na cabeça (Foto: Reprodução)

Após a publicação da matéria em que um empresário afirmou ter sido agredido por policiais militares depois de ter reagido a uma tentativa de assalto, a equipe que atendeu a ocorrência procurou a FolhaBV para dar sua versão do acontecido. O caso aconteceu na madrugada dessa quarta-feira (17), no bairro Asa Branca.

Conforme o Relatório de Ocorrência Policial (ROP), registrado pela guarnição, e que a Folha teve acesso, a população acionou os agentes para que atendessem uma confusão entre dois homens. Quando chegaram no local, teriam encontrado R.P.S. no chão, atordoado, com sangue no rosto, nariz e nos ouvidos.

Os policiais ouviram uma testemunha do ocorrido e, segundo ela, o homem encontrado no chão estava embriagado e tentava vender camisas às pessoas. Ele teria ido em direção ao R.R.L. que, em determinado momento, teria empurrado e agredido o vendedor. Ainda de acordo com ela, o empresário teria afirmado que era policial e que iria em casa para pegar a arma, porém teria saído e não retornado mais.

Em vídeo enviado à FolhaBV pela guarnição, o empresário aparece em pé agredindo o R.P.S., que estava no chão, com chutes, socos e chega a pisar na cabeça do homem. Além disso, é possível escutar ele dizer algumas vezes a frase: “Não falou que iria me matar? Agora me mata, puxa a tua faca”.

O suposto vendedor de camisas estaria embriagado quando teria abordado o empresário (Foto: Reprodução)

Após terem ouvido o relato da testemunha, como consta no ROP, os policiais teriam contatado o empresário, que confirmou a agressão. Em seguida, os agentes teriam avisado que ele estava em flagrante delito, mas o empresário teria dito que não sairia de casa sem um mandado judicial.

Devido à suposta resistência dele, os agentes teriam recebido orientações para danificar o portão e forçar entrada na residência com cautela, pois o empresário teria supostamente afirmado, no momento do desentendimento com o vendedor, que estava armado. A guarnição informou no ROP que ele teria mencionado que pegaria algo, momento em que um dos policiais efetuou disparos com balas de borracha na direção dele.

Depois da ação, o homem teria partido para uma luta corporal com os policiais, que teriam imobilizado e algemado o empresário. Ele teria sido encaminhado ao Pronto Socorro Estadual Dr. Francisco Elesbão para tratar dos ferimentos, enquanto R.P.S. teria sido levado ao Pronto Atendimento Cosme e Silva. No ROP, consta que o vendedor de camisas teria ficado gravemente ferido na região do rosto. No documento, não há informações a respeito do suposto uso de arma de choque na esposa e filha de 15 anos de R.R.L.