Polícia

Patroa queima empregada venezuelana com ferro de passar

Uma empregada doméstica de origem venezuelana, de 42 anos, procurou a Polícia Civil na manhã do domingo, dia 05, para relatar que foi vítima da dona da casa onde trabalha, na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, bairro dos Estados. A reportagem da Folha encontrou a mulher no Instituto de Medicina Legal (IML) fazendo exame de corpo de delito. Ela tinha marcas de queimaduras de ferro de passar.

A vítima chorava muito, estava em total desespero e disse que trabalhou na casa durante 10 meses, das 7h às 17h e que neste período sempre sofreu com as agressões da patroa. “Quando ela fica bêbada, perde a cabeça e me agride. Sempre foi assim, desde que eu cheguei. Nos últimos dias, eu estava passando toalhas de mesa, muitos panos e ela chegou bêbada, pegou o ferro e me queimou. Eu me submeti a tudo isso porque tenho uma filha passando necessidade na Venezuela e que precisa de mim”, contou.

Conforme a vítima, não teve coragem de fazer a denúncia antes porque tinha medo da dona da casa que dizia ser Policial Federal e que a prenderia. “Eu limpava a casa inteira, comia pouco na hora do almoço e muito rápido. Era o único momento em que eu descansava. Depois voltava a fazer limpeza, mas da loja. Quando ela não estava bêbada, me tratava muito bem, mas sempre que bebe, me agride”, acrescentou.

A vítima pediu que a reportagem não divulgasse seu nome e nem o nome da dona da casa porque teme sofrer represálias. Alguns populares que viram a condição da empregada doméstica pediram que ela não temesse e que deveria prosseguir com a denúncia porque a patroa deveria responder pelo crime. “Eu estou legalizada no Brasil, tenho documentação, carteira de trabalho. Eu relutei para não procurar a polícia porque posso não conseguir emprego de novo. Tenho que ajudar minha filha e pagar aluguel para sobreviver”, enfatizou.

Quando questionada se recebia um salário mínimo, a vítima destacou que começou trabalhando para ganhar R$ 150,00 por semana e que nos últimos meses estava recebendo R$ 200,00 por semana. “Era pouco, mas eu precisava. Eu fui até a Superintendência do Trabalho e Emprego para falar das coisas que eu vivi”, ressaltou a empregada que tinha queimaduras no braço esquerdo, barriga e costas. O caso deve ser investigado pelo 1° Distrito Policial. (J.B)