Polícia

Mulher denuncia que assassino de seu marido permanece solto e impune

A vítima, Kenedy Costa Ferreira, de 30 anos, foi morto a tiros na esquina da avenida Rui Baraúna com a rua Nena Brasil, bairro União, no dia 07 de dezembro do ano passado.

Há quase dois meses, a autônoma Nádia Campos de Alencar, de 39 anos, trava uma batalha para tentar colocar o assassino de seu esposo atrás das grades. Munida de uma série de documentos, vídeos, fotos e áudios com relatos de testemunhas, ela disse não entender as razões pela qual o autor do crime continua solto e impune. A vítima, Kenedy Costa Ferreira, de 30 anos, foi morto a tiros na esquina da avenida Rui Baraúna com a rua Nena Brasil, bairro União, no dia 07 de dezembro do ano passado.

Policiais militares que atenderam a ocorrência, na época, informaram que foram acionados pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) para atender uma ocorrência na qual um homem, alvejado, correu para dentro do quintal de uma residência, que estava caído, ainda com vida, no corredor entre o muro e a casa da senhora responsável por chamar a equipe policial, mas minutos depois, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a vítima já estava morta.

Testemunhas contaram aos policiais que Kenedy estava bebendo, em uma conveniência, quando recebeu o primeiro tiro. Duas mulheres também foram testemunhas e informaram que estavam na companhia do autor do crime, mas antes disso estavam com ele em  uma pousada, quando receberam um convite para beber no mesmo local em que a vítima estava. Quando se aproximou da conveniência, para estacionar a caminhonete Fiat/Touro, cor vinho, o homem encostou a picape na moto da vítima e o veículo caiu. Ambos tiveram uma discussão e o autor do crime saiu dizendo que voltaria para matar.

Cinco minutos depois, o indivíduo aparece num carro, modelo Volkswagen/Saveiro, cor branca, efetua alguns disparos e ao menos um deles acerta a vítima que tenta fugir, com a mão nas costas, mas o autor do crime persegue, desce do veículo e caminha em direção ao homem para efetuar mais disparos. Imagens de câmeras de segurança mostram toda a movimentação. “Ele deu dois tiros no meu marido à queima-roupa. Kenedy foi morto com três tiros”, acrescentou a viúva.

Por fim, Nádia contou que tem duas filhas pequenas com Kenedy, que as meninas sentem falta do pai e que a ausência de uma resposta, por meio de uma investigação da polícia, retarda que a justiça seja feita e isso tem causado sentimentos de incredulidade e frustrações à família. A viúva relata que fez uma verdadeira peregrinação antes de decidir procurar a imprensa.

“Eu fui ao 2º DP, mas me informaram que não era mais lá e que eu deveria procurar a Delegacia de Homicídios. A delegada me atendeu, pediu para eu dar meu depoimento, eu contei o que sabia, mostrei os papéis, ela me mostrou a foto de quem matou meu marido e eu o reconheci como autor do crime. Depois, ela disse que pediria a prisão do assassino, que eu deveria aguardar, mas já retornei umas cinco vezes à Delegacia e não consigo falar com nenhum delegado para saber como está o processo. Fui ao Ministério Público, mas também não encontrei nenhum número de processo e mandaram eu ir ao Fórum, mas também não constava nada e eu fui várias vezes nesses locais. Na minha última ida ao Ministério Público, pediram para eu ir até a Delegacia Geral. Lá, a delegada anotou meu nome, meu número de telefone e disse que conversaria com o responsável pela Delegacia de Homicídio e me retornaria com uma resposta e isso faz mais de 15 dias, por isso estou procurando a imprensa”.

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De acordo com a esposa da vítima, o autor do crime já foi condenado a dois anos de reclusão por porte ilegal de arma de fogo, no entanto, a pena privativa de liberdade foi substituída por prestação de serviço à comunidade e o pagamento de um salário, porque o juiz levou em consideração a condição econômica do sentenciado.

A Polícia Civil de Roraima informou que o crime está sob investigação e tramita em sigilo na forma da legislação processual penal em vigor. “A Polícia Civil ressalta que qualquer pessoa que tenha informações sobre o crime pode entrar em contato com a Delegacia-Geral de Homicídios por meio do número (95) 98413-3216. É garantido o sigilo absoluto da identidade”, completou.