Polícia

Grávida é agredida por fiscal da Emhur durante demolição

Quando a mulher fica na frente do fiscal que filma a demolição do imóvel, ele corre em sua direção e a empurra

Uma dona de casa grávida foi derrubada por um fiscal da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), da Prefeitura de Boa Vista, durante uma reintegração de terras ao município sob a justificativa da área ser de proteção ambiental. O fato ocorreu no bairro Paraviana, na manhã de terça-feira, 19, mas só ganhou repercussão ontem, 20, depois que o vídeo foi compartilhado.

As imagens mostram o momento em que a mulher caminha de um lado para o outro, demonstrando desespero de ver o trator se aproximando de sua casa de alvenaria, já com telhado pronto. No local, também havia um fiscal, um guarda municipal e outro homem, supostamente o marido da vítima.

Tanto o guarda quanto o fiscal filmam a demolição da casa, mas, em determinado momento, a mulher entra na frente do fiscal que, irado, corre em sua direção e a empurra. A dona de casa cai de bruços e fica imóvel por mais de 20 segundos até conseguir se levantar por conta própria, sem receber auxílio de qualquer pessoa.

Ela foi orientada pelo guarda a ficar mais distante. Quem registrou toda a agressão foi um homem que estava dentro de um veículo. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil e o fiscal deve responder pela conduta violenta.

PREFEITURA – A reportagem entrou em contato com a administração municipal para saber que medidas seriam adotadas a respeito da ocorrência, mas até o começo da noite de ontem não houve qualquer resposta. Na conta de uma rede social, a prefeitura informou que não compactua com nenhum tipo de abordagem agressiva ou violenta e lamenta o ocorrido. O texto informa ainda que a Emhur afastou o fiscal envolvido na denúncia de agressão e determinou a abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) para apuração das responsabilidades.

Internautas fizeram inúmeros questionamentos e repudiaram a atitude dos envolvidos no caso. Quanto ao guarda municipal que não interveio na agressão, a prefeitura destacou que sua conduta também será submetida ao PAD. Sobre as condições do bebê e da mulher, a prefeitura respondeu pela rede social que a Secretaria Municipal de Gestão Social já tomou conhecimento dos fatos.

Por fim, a prefeitura explicou para um dos internautas que “a casa era uma construção irregular, oriunda de invasão em espaço público”. Revoltadas, muitas pessoas usaram as redes sociais da administração do município para pedir a exoneração do fiscal e outras providências.