OPERAÇÃO CREDENCIAL FALSA

Empresa de consórcio se manifesta após ser alvo de operação da Polícia Civil em Boa Vista

Nortebank negou acusações da Operação Credencial Falsa e afirmou que atua com transparência e dentro da legalidade

Na última quinta-feira (2), foram cumpridos  quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Luís (MA) dentro da Operação Credencial Falsa. Foto: Ascom/PCRR
Na última quinta-feira (2), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Luís (MA) dentro da Operação Credencial Falsa. Foto: Ascom/PCRR

A empresa Nortebank, que atua na intermediação de consórcios em Boa Vista, divulgou uma nota à imprensa nesta segunda-feira (7) após ter sido alvo da Operação Credencial Falsa, deflagrada pela Polícia Civil de Roraima (PCRR) na última quinta-feira (2). A ação investiga supostos golpes milionários em consórcios e financiamentos falsos de imóveis.

A empresa afirmou que todas as suas atividades são realizadas “com transparência e dentro da legalidade”, explicando o modelo de atuação e o processo de contratação. Segundo a Nortebank, todos os contratos são lidos e gravados na presença do cliente, garantindo que este tenha ciência sobre o funcionamento do consórcio.

“É fundamental ressaltar que todos os clientes da Nortebank foram cientificados de forma prévia e inequívoca de que a contratação se referia a um consórcio tradicional. Isso implica que a contemplação ocorre exclusivamente por meio de sorteio ou oferta de lance em assembleia, conforme a legislação vigente e as normas das administradoras”, afirma a nota.

A empresa ainda reforçou que atua apenas como intermediadora, não como administradora de consórcios e que o cadastramento é feito junto a administradoras legais, negando qualquer tipo de falsificação de contratos ou adesões.

Além disso, a Nortebank detalha como são tratados os valores pagos pelos clientes. Segundo a nota, todas as parcelas foram integralmente repassadas às administradoras, e a taxa de assessoria cobrada é prevista em contrato e não reembolsável. A empresa cita também decisões judiciais favoráveis, confirmando a legalidade da cobrança.

“A Nortebank assegura que todos os clientes foram devidamente cadastrados na Administradora e todas as parcelas recebidas foram integralmente repassadas às respectivas Administradoras.

Taxa de Assessoria: O contrato de intermediação detalha expressamente o valor cobrado a título de assessoria. Este valor, referente ao serviço de intermediação, não é reembolsável.

Devolução de Valores: Os valores repassados à Administradora são devolvidos ao cliente desistente em conformidade com a legislação do consórcio, que prevê o reembolso por meio de sorteio de desistentes ou em até 30 dias após o encerramento do grupo ao qual o cliente foi vinculado.

Decisões Judiciais Favoráveis: A empresa tem obtido decisões judiciais favoráveis em ações cíveis que discutem a devolução do valor da assessoria, comprovando que a cobrança é legal e justa”, completa a empresa.

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Fechamento temporário antes de inquérito

A nota ainda aborda o fechamento temporário da empresa, que ocorreu antes da instauração de qualquer inquérito ou processo criminal, motivado por um único boletim de ocorrência. A Nortebank considerou “a medida injusta, visto que empresas como bancos e empresas de telecomunicações possuem milhares de reclamações e não são fechadas”.

Por fim, a empresa disse manter os canais de atendimento ativos para esclarecer dúvidas sobre contratos e pagamentos, e informa que impetrou mandado de segurança contra o ato do PROCON, aguardando decisão judicial para retomar plenamente as atividades.

“A Nortebank reitera seu compromisso com todos os clientes e continua prestando suporte através de seu canal de atendimento: (11) 97349-1184 e e-mail [email protected]. Incentivamos todos os clientes com dúvidas a entrarem em contato para verificar a Administradora de Consórcio em que foram cadastrados e confirmar diretamente com ela a existência do consórcio e o repasse das parcelas, pois a Nortebank afirma que o repasse foi realizado”, finalizou.

Operação Credencial Falsa

Na última quinta-feira (2), a Operação Credencial Falsa, coordenada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC) da Polícia Civil, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Luís (MA). Segundo a investigação, o grupo prometia contemplação garantida em consórcios e financiamentos para atrair vítimas, que realizavam pagamentos iniciais com a expectativa de receber rapidamente o bem desejado.

De acordo com o delegado Eduardo Patrício, apenas uma pequena parte do valor era de fato destinada à abertura de cotas de consórcio, “o que tornava praticamente impossível que a pessoa fosse contemplada”.

As vítimas estariam sendo atraídas por anúncios nas redes sociais, e os valores pagos, segundo a Polícia Civil, eram em grande parte apropriados pela empresa, que justificava o recebimento como taxa de intermediação. Também foram identificadas fraudes documentais e confirmações falsas de adesão feitas por telefone por terceiros. Até o momento, mais de 100 boletins de ocorrência foram registrados, e os prejuízos superam R$ 1 milhão.

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