A Polícia Militar informou que após ter conhecimento que indígenas teriam montado novamente uma barreira na estrada que liga ao município de Uiramutã, equipes da Polícia Militar de Roraima (PMRR) se deslocaram até o local afim de dispersar ação.
De acordo com a PMRR, os policiais foram até a comunidade Água Fria no Uiramutã a fim de cumprir a determinação judicial que proíbe a obstrução de vias na Raposa Serra do Sol. A decisão se baseia na solicitação de indígenas que não concordam que as vias da região do Uiramutã sejam obstruídas.
Ainda segundo a PM, no primeiro contato com a tropa policial, os organizadores do bloqueio se mostraram solícitos e atenderam de forma pacífica à determinação judicial e desobstruíram a passagem da via.
VILA SAMAÚMA
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No entanto, pouco tempo depois da desobstrução, os organizadores do bloqueio teriam retornado com mais pessoas (aproximadamente 100 indígenas segundo a PM) que estariam munidos com arcos e flechas, além de armas brancas (facões e facas).
“Antes que os policiais pudessem iniciar a nova mediação, os indígenas os atacaram arremessando suas flechas e pedras. Os policiais se defenderam com escudos e revidaram a injusta agressão com armamento menos letal e material químico de controle de distúrbio civil. Em momento algum, foi utilizada arma ou munição letal”, acrescentou a nota da Polícia Militar.
De acordo com a instituição, uma viatura policial foi depredada e alguns escudos foram atingidos com flechas. Além disso, um policial teria sido atingido por uma flecha na perna e passa bem.
“Ressaltamos o compromisso de servir e proteger a nossa sociedade, fazendo valer as leis e assegurando o direito de todos. Lamentamos que existam pessoas que incitem a violência e a discórdia entre os cidadãos roraimenses. A Polícia Militar garante que foi garantir a ordem e segurança do local e que quaisquer ação excessiva será investigada pela corregedoria”, completou a nota da PM.
OUTRO LADO – Em entrevista a FolhaBV, o coordenador da Região das Serras, Aldenir Wapichana, informou que o conflito se deu, porque policiais militares teriam tentado dispersar uma barreira de vigilância e monitoramento na comunidade Tabatinga, que de acordo com ele, não possui determinação judicial para desobstrução. “Estamos apenas fazendo o que os órgão federais deveriam fazer e são omissos, que é cuidar da nossa terra. Hoje temos uma terra homologada e os indígenas são suas vidas para protegê-las”, informou.
Ainda de acordo com Wapichana, seis indígenas ficaram feridos na ação. “Eles foram atingidos por balas de borracha, um deles ficou gravemente ferido no peito. O estado agiu com violência em uma ação que não é de sua competência”, acrescentou o coordenador.
