Polícia

Adolescente é decapitada e nove são presos durante diligências

Mais um caso de homicídio cuja vítima é uma adolescente foi registrado em Boa Vista na manhã dessa segunda-feira, 23, quando o corpo decapitado da menina Glória Emanoelly Dias da Silva, 15 anos, foi encontrado na região do Balneário Urubuzinho, após o Anel Viário.

Populares localizaram o cadáver e entraram em contato com a polícia para dar as informações. A vítima estava usando um short jeans, uma blusa e sandálias. A cabeça foi deixada em cima do corpo. Além da decapitação, a polícia não encontrou qualquer outra perfuração aparente.

Após a PM constatar a veracidade dos fatos, acionou a perícia e o rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o trabalho técnico. Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) também estiveram presentes no local do crime. Outro fato que ficou esclarecido é que a morte aconteceu no mesmo local onde o corpo foi achado.

Ao fim dos procedimentos periciais, o corpo foi removido à sede do IML para realização do exame de necropsia e identificação. Como a cabeça estava separada do corpo, foi necessário que uma equipe de odontolegistas realizassem a perícia da arca dentária para confirmar se as duas partes do corpo pertenciam à mesma pessoa.

Devido à repercussão do caso e à divulgação das fotos, inclusive da tatuagem na panturrilha da perna direita da vítima, familiares reconheceram o corpo da adolescente e procuraram o IML para dar início ao trâmite legal. Na tarde de ontem, a família fez a liberação do corpo que foi transladado para o município de Caroebe, região Sul do Estado, onde ocorrerá funeral e sepultamento.

A reportagem da Folha conversou com o pai da vítima que, mesmo muito abalado, disse que não sabia de quase nada a respeito dos fatos, mas adiantou que a filha estava em Boa Vista há pelo menos seis dias e que veio na companhia de uma tia que está desaparecida. Segundo ele, Glória Emanoelly saiu da casa, onde estava com a tia, por volta das 13h do domingo, 22, na companhia de outros rapazes.

O pai não soube informar para onde a filha foi junto com o grupo, mas garantiu a menina não tinha qualquer envolvimento com facção criminosa porque ela morava com os avós, em Caroebe.

Os autores do crime ainda não foram identificados, mas as investigações foram iniciadas desde o momento em que o cadáver foi encontrado. (J.B) 

Menina foi atraída para a morte 


Os nove envolvidos no crime foram levados até a Dicap antes de irem para a Delegacia (Foto: Aldenio Soares)

As diligências relacionadas à morte da adolescente Glória Emanoelly Dias da Silva foram iniciadas ainda na manhã dessa segunda-feira, 23, após a localização do corpo. Com base nas informações coletadas pela PM, as buscas aos suspeitos foram iniciadas e se concentraram principalmente na área dos bairros Airton Rocha (Conjunto Pérola) e Bela Vista. Até o fim da tarde de ontem, nove indivíduos já estavam presos.

Viaturas do 2° Batalhão da PM que fazem o trabalho ostensivo, juntamente com as equipes da Força Tática e Choque do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conseguiram coletar os detalhes que fizeram com que se chegasse ao primeiro suspeito, conhecido como juiz da facção, aquele que decide sobre as sentenças do Tribunal do Crime. Em seguida, conseguiram localizar os executores do homicídio bárbaro, todos membros de facção criminosa.

No total foram presos três homens e detido um menor, além de cinco mulheres, dentre elas uma adolescente. O bando foi encaminhado para a Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Dicap/Sejuc).

Durante as prisões, alguns fatos foram esclarecidos. Os policiais descobriram que a tia, E.D. da S., é suspeita de atrair a sobrinha ao cativeiro, tendo simulado o desaparecimento para que ficasse acima de qualquer suspeita e ainda fingiu que tinha sido sequestrada. Conforme a PM, a prima da vítima também sabia de todo o plano e teria ajudado a amarrar Glória Emanoelly antes de ser morta.

Foram apreendidos sete celulares, quatro facas, quatro relógios, bolsas femininas, uma furadeira e outra ferramenta de construção. 

Ao fim dos procedimentos de rotina, a Dicap conduziu o bando para a Delegacia, a fim de que a autoridade policial consiga elucidar os fatos e descobrir a motivação do homicídio. Ao fim das oitivas, o Auto de Prisão em Flagrante (APF) foi lavrado e os suspeitos encaminhados para audiência de custódia, para que a Justiça decida sobre a conduta dos envolvidos. (J.B)