FIM DA LINHA

Empresas em Roraima eram usadas para lavar dinheiro do tráfico de drogas

Operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão em 3 municípios de RR

Operação Lavagem trafico de drogas
Foram cumpridos mandados em empresas e residências (Foto: Ascom/Polícia Civil)

Durante a quarta fase da operação ‘Fim da Linha’, que investiga crime de lavagem de dinheiro, 13 mandados de busca e apreensão em empresas e residências foram cumpridos nos municípios de Boa Vista, Bonfim e Rorainópolis.

A operação teve início nas primeiros horas desta quarta-feira, 7, e é coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul e conta com o apoio da Polícia Civil de Roraima.

Após todas as diligências, a operação resultou na apreensão de cinco veículos, telefones celulares, notebooks e inúmeros documentos pertencente às pessoas investigadas em Roraima pela Polícia Civil o Rio Grande do Sul.

Em Roraima, por determinação da Delegacia Geral, 52 policiais civis, coordenados pelo delegado adjunto da DRE (Delegacia de Repressão ao Entorpecentes), Marcus Albano, participaram da operação que foi deflagada nos três municípios. Além disso, três policiais Civis do Rio Grande do Sul participaram dos trabalhos no Estado. 

Quatro pessoas investigadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, pelo crime de lavagem de dinheiro foram ouvidas na DRE.

A ação ocorre simultaneamente em 113 municípios, de 23 Estados da Federação, com o emprego de aproximadamente 1300 policiais civis, com foco no cumprimento de 403 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas, busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves.

Operacao Lavagem Trafico de drogas
Policiais iniciaram o cumprimento dos mandados logo pela manhã (Ascom Policia Civil)

LOGÍSTICA – A Operação Fim da Linha contou com o apoio logístico e operacional da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), através do Projeto M.O.S.A.I.C.O., e da Operação Hórus, viabilizando o trabalho integrado entre as Polícias Civis de 23  Estados da federação no enfrentamento à organizações criminosas dedicadas a lavagem de dinheiro, vinculadas a facções criminosas atuantes no Rio Grande do Sul e, também, a nível nacional.

Operacao lavagem trafico de drogas
Mandados fora cumpridos em empresas e residências (Foto: Ascom Polícia Civil)

FOCO DAS INVESTIGAÇÕES – De acordo com informações prestadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, as investigações relacionadas a quarta fase da operação, começaram no ano de 2021 visando desmantelar uma Organização Criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas, em diversas regiões daquele Estado.

Inicialmente foi constatado que a ramificações desta Organização Criminosa, comandavam o comércio ilícito de drogas de dentro do sistema prisional.

Em fevereiro de 2022 foram deflagradas duas fases da Operação. A primeira com foco no combate aos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, sendo cumpridos 73 mandados de busca e apreensão e 35 prisões preventivas. A segunda com o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão em três Estados.

Na terceira fase, deflagrada em 12 de julho de 2022, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão. Ao todo 18 pessoas foram presas. No decorrer dessa terceira fase, de 2022 a 2023, a Draco do RS efetuou 65 prisões, cumpriu 110 Mandados de Busca e apreensão, apreendeu 720 quilos de maconha e 26,8 quilos de cocaína.

Nesta quarta fase, a operação investiga farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas, como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para lavar o dinheiro das organizações criminosas.

Foram constatadas a existência de vários laranjas, do alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico para outros escalões da organização.  Foi verificada ainda a existência de pessoas físicas e jurídicas que funcionam como laranjas nos atos de lavagem de dinheiro.

O aprofundamento das investigações revelou que muitas as pessoas que movimentavam vultosas quantias em dinheiro, moravam em locais simples, totalmente incompatíveis com as movimentações.

As ramificações em quase todos os Estados da Federação demonstram a capilaridade dessas organizações criminosas, tanto no recebimento, quanto na remessa de valores para criminosos associados.