Opinião

Opinião 05/06/2023

Hanseníase

 

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4, 6-7).

 

A hanseníase é uma doença muito antiga e era conhecida como lepra. Trata-se de uma infecção contagiosa muito grave e sua evolução é crônica. A manifestação clínica se dá principalmente, por lesões cutâneas que cursa com diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. 

Quem descobriu essa doença em 1873 foi Dr. Gerhard Armauer Hansen, médico norueguês muito estudioso e profundo pesquisador desse assunto. Trocaram o nome de lepra para hanseníase em homenagem a esse seu descobridor e porque lepra passou a ser uma doença que estigmatizava. O agente causador, é o Mycobacterium leprae, o qual agride células cutâneas e as nervosas periféricas. 

Como o M. leprae ataca não só a pele, mas também o sistema nervoso, ela se torna uma doença muito grave, pois acaba lesando terminações nervosas, levando o paciente a ter uma perda importante da sensibilidade. Não fosse só isso, ocorrem ainda atrofias, paralisias musculares e paresias que é a interrupção dos movimentos dos membros. Essa doença, não tratada pode incapacitar a pessoa de forma permanente, porém a hanseníase hoje tem cura, todavia se o paciente procurar o médico já apresentando deformidades no seu corpo é bem provável que as deformações não regridam. 

A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias, ou seja, através de secreções nasais, tosses, espirros. 

A vida de uma pessoa com hanseníase era muito triste, pois ela era chamada pejorativamente de leprosa e obrigada, pelo estado, ficar isolada da sociedade. Além dos agravantes peculiares, dessa doença, era grande a repercussão psicológica ocasionada pelas sequelas físicas desse terrível mal. Claro que a autoestima da pessoa ia lá para baixo. Outro agravante, era a segregação que eles sofriam. Felizmente, essa conduta acabou. 

Na Europa a hanseníase tende ser erradicada de vez, mas no Brasil esses números são muito altos. Temos tudo para sermos um país de 1º mundo e, no entanto, estamos fazendo história como sendo um dos países mais corruptos do planeta Terra e onde inúmeras doenças-infecto contagiosas acometem a população em grande escala.  

 

Marlene de Andrade 

Médica formada pela UFF 

Marlene de Andrade 

Título em Medicina do Trabalho/ANANT 

Perita em Tráfego/ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP 

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL 

CRM-RR 339 RQE 341 

Síndrome de Pilatos

Walber Aguiar*

A busca do homem é, sobretudo, pela verdade

                                                          Cícero

Insistiu na salvação das almas e foi pregar nos cemitérios. Isso até descobrir que o existir humano é permeado pela história, por aquilo que se toca, que se pode mensurar. Cansado do tédio e da mesmice que se prega nos templos sem vida, partiu em busca de alguma coisa concreta.

Peregrinou pelos campos do abstrato, mas não extraiu nenhum tipo de tessitura ou adensamento histórico. No campo das ideias percebeu que há discussões filosóficas e teológicas que não levam a nada, do tipo que analisa e pensa o sexo dos anjos, que tenta tapar os buracos da ciência com tampões teológicos. Viu que o dado científico não consegue explicar tudo, que Deus não pode ser encontrado em tubos de ensaio, que Jesus não pode ser crucificado outra vez, pelo menos historicamente falando.

Ora, nessa caminhada socrática, o pregador de cemitérios encontrou a teologia holística, a missão integral da igreja. Isso porque o galileu, o menino de Nazaré, chamou pra si a responsabilidade de vivê-la integralmente, no que tange à salvação e responsabilidade social. Abordou temas que iam da humildade ao pagamento de impostos, foi da casa de Lázaro ao palácio de Pilatos com a mesma simplicidade e motivação, sem nenhum sentimento de culpa. Diferente de muitos seguidores de sua doutrina, que preferem os gabinetes acarpetados ao cheiro de gente simples da periferia, dos vales de opressão psicológica e financeira.

Depois de entender o Jesus histórico, viu que a salvação, longe de conceder sombra e água fresca em loteamentos celestiais, oferece perspectiva de eternidade àqueles que gastam suas vidas na promoção do Reino. Entendeu que o cristianismo de Cristo não é cármico, não precisa obedecer a processos evolutivos de purificação, segundo a doutrina kardecista da reencarnação. Que não precisamos barganhar com Deus, fazer dele uma prateleira de supermercado, sempre pronta a nos servir, de acordo com a teologia da prosperidade de Haggin e Valnice Milhomens.

Depois de encontrar o fio da meada no labirinto religioso, viu que não adianta pregar uma salvação abstrata, metafisica, vazia de resultados. Não adianta afirmar o amor de Jesus ao mendigo, se não estamos dispostos a tocá-lo com este mesmo amor. Não adianta fazer conferências sobre a liberdade se não visitamos os encarcerados. Não há lógica em falar do aconchego divino e não vestir o nu. Também percebeu que não adianta tirar o homem de dentro da favela sem tirar a favela de dentro do homem.

Assim, os justificados pela graça mediante a fé, são obrigados, por assim dizer, a se tornarem agentes de transformação histórica, sublevando os padrões que aí estão.

Depois de chegar à aldeia de Emaús, o viajante entendeu que o evangelho não se resume a manias e modismos, a esquisitices e legalismos, a uma lei moral de ação e reação.

À noite, encontrou Sócrates e Pilatos. Não houve rodeios e relativismos. A verdade foi servida como sobremesa.

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho Estadual de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras

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Meio Ambiente e Inclusão Social: nossa casa, um Lar!

André Naves (*)

O futuro sustentável do planeta, que todos almejamos, está intrinsecamente ligado à construção de estruturas sociais inclusivas. Acredito firmemente que essa é a melhor estratégia para alcançarmos o desenvolvimento sustentável: combatendo as barreiras sociais existentes em nossa sociedade. Somente quando superarmos as desigualdades e promovermos a inclusão, poderemos transformar nossa casa comum em um verdadeiro lar para toda a humanidade.

É inegável que a necessidade financeira, a miséria, bem como o consumismo desenfreado, são fatores impulsionadores da insustentabilidade ambiental. Enquanto alguns vivem em excesso, desperdiçando recursos preciosos, outros lutam para satisfazer suas necessidades básicas. Essas disparidades sociais criam um ciclo vicioso de degradação ambiental e exclusão social, que ameaçam a harmonia de nosso planeta.

Para alcançar um modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável, devemos eliminar essas chagas estruturais que dividem nossa sociedade. Isso significa erradicar a pobreza, garantir acesso igualitário à educação, à saúde, ao saneamento básico e a outros direitos fundamentais. Ao proporcionar dignidade a todas as pessoas, construiremos as bases para uma sociedade ambientalmente equilibrada, na qual ninguém será deixado para trás.

As soluções para alcançar essa sociedade ambientalmente harmônica não surgirão de ações isoladas, mas sim por meio da colaboração efetiva das mais diversas e plurais individualidades. Cada pessoa, com suas capacidades, potencialidades e experiências únicas, possui um papel fundamental nessa jornada. Devemos unir nossas forças, trabalhando em conjunto para encontrar soluções inovadoras e sustentáveis.

A construção de uma sociedade ambientalmente sustentável exige o engajamento de todos, sejam governos, empresas, organizações da sociedade civil ou cidadãos comuns. Somente por meio do trabalho colaborativo e da busca de consenso poderemos superar os desafios complexos que enfrentamos. É preciso criar sinergias entre os diferentes setores, compartilhar conhecimentos e promover ações conjuntas em prol do bem-estar social e da preservação ambiental.

Entretanto, não devemos perder de vista o fato de que a sustentabilidade também está intrinsecamente ligada à realização da dignidade humana. Apenas quando as pessoas tiverem suas necessidades básicas atendidas, quando tiverem acesso a oportunidades de crescimento e quando forem respeitadas em sua diversidade, é que poderemos dizer que nossa casa comum é um verdadeiro lar para todos.

Portanto, a construção de um futuro sustentável requer ações concretas para eliminar as barreiras sociais e promover a inclusão. Devemos trabalhar incansavelmente para alcançar uma sociedade na qual a igualdade e a sustentabilidade andem de mãos dadas. Somente assim poderemos transformar nossa casa comum em um lar acolhedor para cada ser humano e para as futuras gerações.

*André Naves

Vamos cuidar de nós

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Tome cuidado apenas consigo mesmo e mais ninguém; trazemos nossos piores inimigos dentro de nós”. (Charles Spurgeon)

O ser humano ainda não aprendeu a se valorizar em si mesmo. Ainda não nos entendemos como donos de nós mesmos. Ficamos a maior parte do tempo pensando nos outros. O que torna a tarefa mais difícil de ser executada. Porque fica difícil pra dedéu, entender que não devemos deixar de pensar nas outras pessoas. O problema, aqui, está numa questão interior e mental. Ainda não aprendemos a valorizar nossa mente. Continuamos pensando mais no negativo, sem levar em conta que é em nossa mente que está o poder de que necessitamos. Necessitamos, dispomos e não usamos. Analise e veja quantos minutos ou horas você perde por dia, pensando em coisas negativas. Quando poderia aproveitar o tempo pensando em coisas positivas.

Já sabemos que todo o poder de que necessitamos está em nosso subconsciente. E é uma coisa tão séria que a maioria de nós não consegue acreditar. O que indica que estamos no poço do negativismo. Nunca duvide do poder que você tem em seu subconsciente. Esteja sempre em contato com ele. É um contato muito simples, desde que você acredite em você. Converse com seu subconsciente. Mas não fale com ele; ele é surdo. Nem pergunte nada pra ele; ele é mudo. Fale com ele sempre através dos seus pensamentos. E é por isso que você não deve perder tempo com pensamentos negativos. Porque tudo que você pensa vai para o seu subconsciente. E é o que você pensa, que ele lhe dá.

Somos todos responsáveis por nós mesmos. E é com nossos resultados que ajudamos e cuidamos dos outros. Logo, enquanto ficamos pensando nos outros não conseguimos produzir o que necessitamos para ajudar o outro. Não fique matutando sobre isso. Apenas acredite que você é capaz de vencer, desde que acredite em você. Controle sua mente controlando seus pensamentos. Por que ficar pensando em coisas negativas, se pode pensar em coisas positivas? “O Reino de Deus está dentro de nós”. O que indica que temos o poder necessário para sermos felizes. Então, por que nos grudamos na infelicidade? Se a lua está brilhando, por que se aborrecer com a poça d’água na rua? As duas coisas estão à nossa disposição. Cabe a cada um de nós escolher o que lhe convém. E fim de papo.

Ajude sempre alguém que necessita de ajuda. Mas tudo dentro da racionalidade. Você não pode ajudar com lágrimas nem choros, mas com firmeza e afago no amor. Faça isso e você estará ajudando a quem necessita de ajuda. E você, independentemente de sua condição social ou financeira, pode fazer tudo isso, sem prejuízo. Pense nisso.

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99121-1460

** Os textos publicados nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião da FolhaBV