Cotidiano

Servidores cobram resposta sobre pagamento de salários

Reunidos em frente ao Instituto de Identificação Odílio Cruz (IIOC), trabalhadores alegam que serviços podem entrar em colapso nos próximos dias

Mais de 50 servidores responsáveis pelas atividades de perícia da Polícia Civil participam neste momento uma mobilização em frente ao Instituto de Identificação Odílio Cruz (IIOC). O ato em questão tem como finalidade chamar a atenção do Governo do Estado em relação aos constantes atrasos de salários.  

“O número de pessoas afetadas com esse problema é total, porque ninguém recebeu o seu pagamento. É bom que se diga também que esse não é um problema de hoje. Ele vem desde 2016, ou seja, faz dois anos que os trabalhadores estão sendo obrigados a fazer malabarismo para se readequarem”, afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol), Leandro Almeida.

Conforme o sindicalista, os atrasos no repasse dos vencimentos dos servidores podem gerar prejuízos ainda maiores para os serviços da segurança pública no Estado.

“Antes, o pagamento era feito no último dia útil de cada mês, e em outubro de 2016 passou para o dia 10. Só aí o servidor já enfrenta um tempo significativo para poder se readequar. Alguns compromissos financeiros, como empréstimos imobiliários, prestação de carro e pensões alimentícias, ficam impossibilitados de mudar a data de vencimento. O que dá para negociar é conta de água e de luz, que nem é o essencial. Se já estava ruim o pagamento ser realizado no dia 10, agora está ainda pior, já que há previsão nenhuma e o Governo do Estado simplesmente não vem a público esclarecer os motivos”, frisou.

Além do Instituto de Identificação, há concentração também na sede do 5º Distrito Policial (5º DP). Segundo o presidente do Sindpol, os prognósticos futuros são bem catastróficos, podendo inclusive haver a paralisação de atividades nos próximos três dias, uma vez que servidores já não estão tendo condições de chegar aos locais de trabalho.

“O que a gente percebe é que há uma guerra entre poderes, onde Poder Executivo está em uma queda de braço contra Legislativo, Judiciário e órgãos independentes. No meio desse fogo cruzado estamos nós, os servidores, dentre eles aqueles que prestam serviços essenciais, como a polícia, o sistema prisional e saúde do Estado. Hoje, as dificuldades são imensas e os poucos que ainda tem gasolina estão dando carona para os colegas de trabalho, mas talvez nos próximos três dias isso nem seja mais possível”, completou.

Sobre os atrasos de salários, a reportagem entrou em contato com o Governo do Estado e aguarda resposta.