Cotidiano

Roraima está entre Estados em alerta, conforme OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou Roraima entre os Estados que estão em alerta para a obrigação da vacina contra a febre amarela. O comunicado foi divulgado esta semana pela OMS depois de se confirmar a possível terceira onda de surto da doença no Brasil.

O alerta se faz depois da confirmação de pelo menos 36 casos de febre amarela em humanos no período entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano. O País registra ainda, segundo a entidade, oito mortes confirmadas por febre amarela no mesmo período.

Os casos se concentram em 11 municípios dos Estados de São Paulo e Paraná. Além de Roraima, a OMS listou que a dose é indicada para os visitantes e moradores do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia,Tocantins, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.

A gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Rosângela da Silva Santos, informou que não há registros de casos notificados nem confirmados da doença este ano em Roraima. A última notificação de febre amarela silvestre aconteceu em 2007.

Ela afirmou que a vacina contra a febre amarela já faz parte do calendário vacinal do Estado e ressaltou que é preciso mais atenção por parte da população, em especial pelos pais de crianças, para atualizar a caderneta de vacinas. Segundo ela, esse é um dos motivos da baixa cobertura vacinal em Roraima.

De acordo com dados do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunizações (NEPNI), no ano passado a cobertura vacinal do Estado ficou em apenas 65,33%, distante do que preconiza a OMS, que é de até 95%.

“Um dos fatores para a baixa cobertura pode ser a falta de informação da população em procurar os postos de saúde para se vacinar. Para isso, ela deve ficar alerta. E também do sistema dos municípios que encontram dificuldades para alimentar os dados no sistema devido a falhas na Internet”, afirmou.

Pelos dados do NEPNI, os municípios com maior cobertura são Bonfim e Pacaraima, com 192,05% e 190,73%, respectivamente. Do outro lado da ponta, está Rorainópolis com apenas 3,5 % de cobertura vacinal contra a febre amarela.

“A vacina está disponível para a população em todas as unidades básicas de saúde e não vai haver desabastecimento”, afirmou. “O que estamos buscando é chamar a população para se vacinar, especialmente as pessoas que se deslocam para áreas de risco, como florestas, que têm que se vacinar pelo menos dez dias ante da viagem para que a vacina possa fazer efeito”, disse. “É importante atualizar a caderneta de vacinação, mesmo que Roraima não tenha registro de febre amarela, pois somos de uma região de floresta e a vacina é o único meio de proteção”, afirmou.

A DOENÇA – A febre amarela é uma grave doença transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O vírus responsável pelo problema atinge principalmente o fígado e causa febre, dor de cabeça e pele amarelada, entre outros sintomas. Em casos graves, ela pode matar – daí a importância da vacina.

A febre amarela é transmitida por macacos infectados que passam o vírus para os insetos ao serem picados. Então, os mosquitos podem atacar um ser humano que está passando por alguma região de mata ou próximo a ela.

Portanto, não há qualquer razão para matar macacos, como já aconteceu no nosso País. Eles não transmitem a doença para as pessoas (e a morte deles em decorrência da febre amarela serve como um primeiro sinal de alerta para as autoridades, que então conseguem bloquear surtos).

Os sintomas são dor de cabeça, febre, dor no corpo, icterícia (condição que deixa os olhos, pele e mucosas num tom amarelado) e comprometimento do fígado.

Num quadro mais brando, os sinais vão durar de sete a dez dias. Em situações graves, a doença causa insuficiência hepática e renal e o paciente precisa ser levado para a UTI.